Se, na vida, alguém está sozinho.
Da amada não tem o carinho,
É triste.
Do amor, não tem os prazeres, nem as dores,
Suporta, o pobre, da solidão, todos os pavores
E desiste.
Seu clamor, em forma de canção,
Faz-se ouvir, na voz do coração.
Como se a orquestrar tão grande sofrimento,
Tem no peito uma dor, um grão tormento,
Que magoa.
Silencia, ante a força do destino,
Que o faz perder a paz e o tino
E apregoa
Ao mundo, a dor cruel da solidão
Que soa, pungente, na voz do coração.
Pergunta a si mesmo, com freqüência,
Por que sofre a dor, que, sem clemência,
O atormenta.
Por que é tão difícil, tão triste, sua vida,
Sem ter junto a si sua querida?
E lamenta.
Não encontra quem lhe demonstre compaixão,
Apenas ouve sua angústia, na voz do coração.
Todo o tempo pensa nos que, enamorados,
Vivem intensamente o amor, apaixonados
E felizes.
Que, da vida, usufruem a beleza
E, do colorido amor, sabem, com certeza,
Os matizes.
Conhecem, de sempre amar, toda a emoção,
Que relatam, sim, na voz do coração.
Pois, felicidade maior é a de quem ama,
Que tem em si o toque ardente dessa chama
Poderosa.
Os amantes têm uma paz, uma alegria,
Que se expressa, qual a mais doce melodia,
Maviosa,
Que ouvem, na mais perfeita orquestração,
Cantada, em tom maior, na voz do coração.
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