Numa casa espaçosa e aberta estendido no meio da sala,um bolo recepcionando os amigos parentes e curiosos em lágrimas, descansa em paz um corpo.Enquanto aqueles ao redor mexerica a memória, mexericam a história, mexericam até terem medo.É a dramatização real da morte.
Enquanto noutra esquina, do mesmo bairro, numa casa pequenina e fechada, no meio da sala de estar, um bolo com velas acesas satiriza...a festa.Alguém está de parabéns,recebendo os convidados, recebendo os presentes com os sorrisos soltos e se muito, uma lágrima, de muitíssima felicidade.
No decorrer da estrada, seja dia ou noite, ver-se filhos de mesmos pais...Uns trabalhando a dar gosto, outros infortunando.
Uma família orando e outra se procurando.
Um miseravel andando na rua pedindo comida, pedindo e não atendido.Um abastardo esbanjando, esbanjando, se lambusando e rindo a toa, e rindo a toa com os seus dentes de ouro.É a publicação da sina, é o teor da linha.
Sob um viaduto segue a vida, sobrevividos.Em nossa casa seguem a vida, sem nunca terem aparecidos.
A cidade cresce em linha,
A cidade cresce em leitares,
A cidade não vai a lugar algum. |