Por que hás de ser assim, menina,
Um anjo de amor e de ternura,
Por que és esta fonte de tão pura
Paixão, que facilmente me domina?
Não há, no mundo, amor igual ao que ensejas
Ao pobre coração deste poeta,
Com tua graça, tão leve, tão discreta,
Como a esconder o que, no fundo, almejas.
É de ti que me vem a inspiração
Para dizer, por meio dos meus versos,
Do amor que por ti trago no peito.
E não mais saberia viver d’outro jeito,
Sem os momentos, ora doces, ora perversos,
Que me advêm, do viver esta paixão.
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