O seu bailado tem algo de diferente,
Uma graça singela e comovente,
Um encanto
Que só conhece quem já a viu
E que nenhuma dantes conseguiu,
Conquanto...
Não sai jamais do pensamento
De nenhum, a bailarina do vento.
Parece mesmo não bailar, flutua,
E cada passo, como que se perpetua
Na mente
De cada expectador, que, comovido,
Acompanha esse bailar nunca esquecido,
Silente.
Sabe ele que há de lembrar todo momento
Desta formosa bailarina do vento.
Ela dança, como se nem soubesse
Que todo o que a vê não a esquece,
Não mais.
Porque a ela, não há quem se iguale,
Não se há de encontrar quem fale
De tais
Cujo brilho fosse um tão grande encantamento,
Semelhante a esta bailarina do vento.
Não poderia, pois a pena deste vate
Retratar artista de tão grão quilate
Sem dizer
Da bela e grandiosa emoção
Que lhe toma, decerto, o coração,
Ao ver
O espetáculo que é o sutil movimento
Desta maravilhosa bailarina do vento.
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