DIVINA
O meu ser levita por este amor gelado
sou todo destroço, carrego a tua cruz!
Tenho ardores deste amor mal fadado,
dizei-me ao menos a fonte, a luz...
Este é o meu abismo, grãos de areia!
O meu deserto reflete o fel do teu espelho
já não sinto o pulsar das minha veias,
e nem mesmo sei se o teu sol é vermelho...
Ainda que tu não queiras... Eu sei!
Meu bem?
Renasci desta paixão sedento de amor
Não sei... Te amei?
O tempo sórdido não clareia tua escuridão!
Divina!
Quando rebuscares o passado
debruçada na janela do tempo,
pega este poema, leia sem pressa
lembrando o sonho da meiguice
que tinhas no olhar, agora entristecido...
A tua alma enamorada, muitos amaram
nos momentos de graça e alegria
e a tua beleza, dedicaram
sinceridade ou falsidade...
No entanto apenas um amou
a tua alma peregrina,
amou os pesares que
teu rosto marcou!
Divina, tonta da vida,
de movimentos e pensamentos
não acreditarás!
O vento que vem da eternidade
suspenderá os teus passos
e dançarás na luz dos relâmpagos!
Te insinuarás metamorfoseada
nos quatro cantos do mundo
e torturada por dias iguais
sentirás a ausência de novos ventos
deixando o brilho, pelos tormentos
nos encantos dos teus desencantos...
Divina,
Ah! Esta alma peregrina,
tosca, chama da tua sina...
Nhca
Jan/00
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