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Humor-->Teologia da Esculhambação (54) -- 26/01/2003 - 05:13 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A foto oficial de Lula já vai sendo encaminhada aos mais diversos escaninhos do poder federal pelo país afora e, no culto que se avoluma em torno de sua figura carismática e de sua biografia comovente, não é difícil imaginá-la reproduzida e espalhada como nunca antes em termos de massas, num culto à personalidade sustentado por uma sinceridade simples, emocionante e espontânea, que nenhum socialismo logrou impor no longo prazo pelo caminho da força.

Além de trazê-la estampada numa de suas páginas da edição de quinta-feira, o jornal O Estado de São Paulo nos brindava com uma descrição minuciosa dos elementos incluídos em sua concepção, como se o leitor já não pudesse ter lucidez suficiente para discerni-los: o cabelo bem pintado e bem penteado, a barba bem feita, o ar descansado, o sorriso de uma discrição serena, o terno preto, o broche com o brazão da presidência na lapela (não a estrela do PT?!), a camisa azul claro, a gravata em verde e prateado, a opção pelo informal, deixando de lado o fraque normalmente preferido por seus antecessores na presidência e, last but not least, a bandeira nacional, espécie de moldura para o lado direito (atenção!) do seu rosto. Não sei se alguma importância teria frisar que o olhar, de uma discrição serena, também se voltava para um horizonte indiscernível à sua direita.

Ainda sobre a bandeira, o jornal fez questão de frisar que a palavra ORDEM aparece apenas parcialmente, com uma das letras oculta numa de suas dobras.

E como a letra que faltava era o "D", visível ficava, eu constatei, uma exortação (nos dias seguintes ele já estaria pedindo paciência à turba): OREM.

Se pensarmos a foto presidencial como o instantâneo de uma escalada que incluiu quatro campanhas eleitorais (e o próprio LULA DA SILVA se traía ainda ontem em Porto Alegre, saudando a multidão com um "Até a vitória!"), diremos que ela possa passar a ser pensada e venerada como um "santinho". E, como o culto ao presidente se avoluma, pensaríamos que a exortação (involuntariamente produzida?!) esteja sendo dirigida aos "fiéis" ou "devotos".

Pronto, chegamos à conclusão que o jornal dificilmente haveria de querer sugerir aos leitores, não neste momento de quase unanimidade, ao menos do ponto de vista emocional, o que, evidentemente ainda não permite adivinhar os consensos tão necessários. Ela se verbalizaria na expressão que Millôr, tendo em conta a origem semântica comum aos vocábulos "oração" e "oral", chamou de "sacro-libidinosa":

AJOELHOU, TEM QUE REZAR!

OREMUS!
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