É apenas a felicidade
No encontro bem marcado
Do Homem com a sensibilidade
No itinerário traçado
Pelas ruas da cidade
Pelas rodovias e descampado
E lá vão eles pro abraço
Que a natureza lhe reservou
Em seus cavalos de aço
Com sapiência e amor
Desbravando chão e espaço
Sem audácia e sem temor
Pois é culto de pura nobreza
O culto as doces aventuras
Nas motos que sempre embeleza
Gente das almas mais pura
Irmãos no intento e na certeza
Que do mal maior se cura
Deixando a tristeza para ser feliz
Mesmo que a garupa seja o lugar
Tão legal como a canção que diz
Que é só deixar a vida te levar
Pois é certo gostar e pedir bis
Que o vento vem seu rosto soprar
No tempo de James Dean motoqueiro
E do Marlon Brando, grandes artistas
Eram só inocentes aventureiros
Hoje, são conscientes motociclistas
São cidadãos, verdadeiros
Cultores de motos e pistas
São de todas classes sociais
São médicos, advogados e estudantes,
De todas as cores, credos e ideais
São professores, artistas, comerciantes
Banqueiros, bancários, industriais
São todos das motocicletas, amantes
São irmãos em grupos irmanados
Como os Black Foot, Coyote da Serra
Veneno de Cobra, Os Procurados
Com Os Fedorentos a lista se eleva
Com Brothers, Os Tigres, Desgarrados
E Os Pregos do Asfalto se encerra
Em dois mil e quatro, reunidos
No Bairro Beira Mar, em Caxias
Fundaram mais um grupo de amigos
Um Moto Clube, sem nostalgia
Pois são cascudos mas aguerridos
São cascudos com fidalguia
Reúnem-se na padaria do Chico
A sede do primeiro momento
E do primeiro irmão, Francisco
Unindo-se a Antonio no sentimento
De aventura, traçam a risco
Regulamento com afeto imenso
Depois chegaram Marquinhos
Sandro, Rita, Barria e Iratan
Se chegaram bem de mansinho
Que aqui não tem tantan
Somando Serginho e Maninho
Aí é que é tudo bambam
Com a Ivone é muita candura
A dose forte da emoção
O Edísio mantém a textura
O Jorge segura até o coração
Do grupo, toda a estrutura
Se mantém forte, mão na mão
Lilico mantendo sempre a postura
Deixa claro porque é cultor
Das motos que, estão sempre a altura
De quem a seduz e quem é sedutor
No enlevo de presteza e doçura
Por conduzida e condutor
Beto, parceiro da primeira hora
Uma amizade consolidada
Nas andanças por duas rodas
Luís Otavio vai nas quebradas
De curva firme e prosa
Com Antônio não falta nada
Esse são os Só Cascudo
Na sua atual formação
Estão prosa pois são sortudos
Pela força, amizade e coração
Pelo culto às motos que é tudo
É mais um Moto Clube de irmãos
É também lembranças de amigos
Que junto trilhavam as estradas
Como o Amilton e Nelson, antigos
Na praça, Gil e velhos camaradas
Sobral, Inaldo, Renato e mais digo
Verson, Neilson, Tuca e mais nada
Mas nada é pouco, tem mais gente
Que a praça Monteiro Lobato reunia
Bequeleu e Nina, sementes
Que como Vidal e Paulo Pezão fazia
Na estrada, mesmo num sol inclemente
A vida transbordar de alegria
Também Paulinho, Juruna, muito bom
Lembrar, pois não se pode esquecer
Montanha e Marcelo dando o tom
General sem jamais esmorecer
E a lembrança não vai se apagar
Do Videla que irmão sempre há de ser
É bem possível que meu verso
Não acompanhe o ritmo do motor
Nem acelere nas lembranças que teço
Com o terrível e sua moto vovô
Mais aos que me lêem eu peço
Sejam generosos que fiz com amor
Pelos dias de hoje vividos
Pois anjos do inferno
São capetas esquecidos
No tempo de agora, fraternos
Sem lugar pros oferecidos
Da violência, sempre abertos
O moto clube é lugar
Somente pra motociclistas
Pessoas que sabem cultuar
Gente, motos e pistas
Simbiose que vai resultar
Sempre em coisa benquista
E o Só Cascudo sabe disso
Mantendo até regulamento
Deixando claro o compromisso
De um bom comportamento
Sem moleza pro mal vício
Pois não tem mal sentimento
Sem alma de segunda mão
Somos todos de primeira
Não curtimos solidão
Nossa fé é verdadeira
Na pista nossa atenção
Pra seguir a vida inteira
Com uma vida regrada
Nos princípios da moral
No respeito que na estrada
É uma conduta normal
Aos irmãos, camaradas
Tão nobre e tão igual
Somos o Só Cascudo, cultores
Das motos e da alegria
Da paz e dos amores
Cultivados com fidalguia
Somos o Só Cascudo, senhores
De um Moto Cube de Caxias
