Os mistérios do universo
Serão todos deslindados,
Mas jamais, em um só verso,
Haverão de ser moldados.
É que são muitos os temas
Que exigem nossa atenção:
P ra cada um, mil poemas
Não lhes darão contenção.
Que se dirá dos versinhos
Que fazemos nestas tardes?!
Não carecem de carinhos,
Mas nos suscitam alardes.
É que tal sabedoria
Não constitui apanágio
Desta turma que, este dia,
Veio fazer seu estágio.
Mas há verdades que temos
Obrigação de saber.
E tudo que conhecemos
Divulgar é de dever.
Vamos, pois, pedir ao Pai
Que dê amparo à poesia,
Que do controle nos sai,
Nas ondas da melodia.
Deus é pai e criador
De tudo o que há no cosmo.
Como o Pai é puro amor,
É de amor o microcosmo.
É aqui que nós plantamos
As sementes desse amor,
Para que pendam dos ramos
Os frutos com mais sabor.
Um dia iremos morrer
(Dessa lei não há fugir).
Tendo cumprido o dever,
Será feliz o devir.
Conhecemos muito mais
As conseqüências do mal.
Quem disse ao dever: — “Jamais!” —
Abriu as portas do Umbral.
São verdades comezinhas,
Facilmente compreensíveis,
Porém, p ra manter tais linhas,
Temos de ser mais sensíveis.
É que existe enorme peso
Das contravenções de outrora,
Que nos mantêm o mau vezo
De descrer que a lei vigora.
Vejam que nossa verdade
É lei estabelecida,
A propor felicidade
A quem faz o bem na vida.
Diretrizes muito sérias
Cumprem-se com seriedade.
Os horrores das misérias
Inculpam toda a cidade.
Vamos procurar servir,
Antes de sermos servidos,
E um futuro construir,
Sem dor p ros que estão feridos.
Quando chegar nossa vez
De receber nossa parte,
Todo bem que então se fez,
Entre os bons, o Pai reparte.
Vamos, pois, agradecer,
Se tivermos compreensão:
Nos caminhos do dever,
Há pausas para a oração.
Trazei, Senhor, muita luz
A quem nas trevas caminha.
Fazei que ouçam Jesus,
Ouvindo esta trova minha.
Ao bom amigo escrevente
Só falta assinar embaixo:
Os versos me saem da mente
Perversos, mas os encaixo.
Não foram muitas as quadras,
Não foi longa a ladainha:
As naves destas esquadras
Não fugirão de tal linha.
Portanto, vamos sair,
Desejando aos bons amigos
E ao confrade Wladimir
Que se safem dos perigos.;
Que Deus estenda seu manto
De proteção e carinho,
Enxugando todo o pranto,
Pondo flores no caminho.
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