Usina de Letras
Usina de Letras
153 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62216 )

Cartas ( 21334)

Contos (13261)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50610)

Humor (20030)

Infantil (5430)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3304)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Caos urbano humano -- 08/02/2004 - 23:04 (Ernane Calado de Souza Melo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sol escaldante de verão.

Vias de concreto

De concepção abstrata,

Poucas com personalidade própria.

Frias, indiferentes.

Asfalto quente e pegajoso

Queima os passos apressados

Que teimam em chegar

A lugar nenhum.

Fundem-se na passagem

Dos pedestres na rua

No concreto da paisagem

Nua e crua

Delineada por traços

De areia, cimento e pedra.

Traços geométricos,

Cálculos matemáticos

Que dão sustentação

Estrutural e equlíbrio físico,

Mas não arquitetônico.

Carros, ônibus e vans.

Buzinas, roncos e fumaça

Dos motores ligados

Que não ligam para nós,

Pobres mortais humanos,

Tanto quanto os agentes

De todo esse caos urbano.

Não há sombra, não há espaço.

Está tudo ocupado

Pelos camelôs desocupados,

Invasores de nossas vias

Cada vez mais longas

E de nossos tempos

Cada vez mais curtos.

Preciso de um refúgio

Que me proteja de alguma coisa.

Um estabelecimento bancário?

Este é o maior refúgio

Para os banqueiros ávidos

Por nossas contas,

Por nossas dívidas.

Mas o calor é muito forte.

Como abrigo para o corpo

Cansado e suado ainda serve

Para baixar o metabolismo.

Mas é só até o próximo assalto.

Passo por algumas igrejas

Todas elas com mendigos

De plantão permanente.

Resolvo entrar.

Este sim, um verdadeiro refúgio

Para o corpo e para o espírito.

Oh Maria concebida sem pecado,

Protetora dos humildes

E desempregados,

Protege os patrões

Para que haja mais emprego.

Reduz também o calor do Rio

E as chuvas do Nordeste

(Deveria ser a seca).

Ponhe ordem nessa desordem

Que não é só urbana,

É universal, é humana.

Mas tenho que continuar!

Protege os meus passos

Para que siga com segurança

Sem assaltos e sobressaltos.

Embora pecorra mais,

Passo por este parque

De árvores frondosas

Pleno de sombra e de frescor,

Mas também de mendigos,

De pivetes e capivaras.

Não posso parar,

Tenho que continuar

Minha jornada até o fim

E que, apesar de tudo,

Apesar todo o caminho de volta,

Pelo menos há voltas e recomeços,

Mesmo que seja nesse caos urbano,

Desumano

Impiedoso

Ruidoso

Agitado

Apressado

Quente

Indiferente

Humano...



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui