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Artigos-->Guerra: promotores e vítimas -- 05/06/2002 - 21:39 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
GUERRA: PROMOTORES E VÍTIMAS



Francisco Miguel de Moura *





Conflitante é a natureza do homem. Conflito consigo mesmo, conflito com o outro, conflito com a natureza. Por isto, a guerra é permanente. Quanto mais a humanidade cresce, mais aumenta o mal-estar entre os terrestres. Os motivos variam: guerra por isto, guerra por aquilo. Por enquanto falam-nos no terror, guerra contra o terror. Amanhã poderá ser qualquer outro. Motivos não faltarão. Mas a guerra é um terror contra outro terror. Terror do Estado contra os que não têm Estado ou o têm muito frágil, ameaçado de ser engolido pela globalização, pelo capital, pelo poder e suas garras.

Houve um tempo da Guerra do Cem Anos. Houve outro tempo da I Grande Guerra. Em seguida, houve um tempo da II Grande Guerra. Coitados! Esses tempos são diminutos diante da Guerra Permanente, a que estamos tendo e vamos ter sempre daqui para frente. As vítimas da queda das torres gêmeas de World Trade Center são uma parte das vítimas desta guerra. Avultam e causam pena porque foram ocasionadas de propósito e de uma só vez, caindo sobre o mesmo local. Outras vítimas, mais recentes, sãos as da retomada de hostilidades entre israelenses e palestinos, e as da invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos. Quantas vítimas de lado a lado? Ninguém quis fazer o cálculo. Porque os que morrem não interessam aos que mataram. O que interessa é o poder que sobra, a fatia de poder que pode ser aumentada. O que interessa é aquela coisa fluída mas tão necessária às forças políticas dominantes ou tendentes a dominar. Forças materiais. Quem cuida do espírito são a ciência, as letras e as artes – todas, infelizmente, na mão do poder.

Antes dessas que acabamos de falar entre as duas Grandes Guerras e as mais recentes, sofremos a Guerra do Golfo e outras que não têm nome (exemplos são as da África, onde morrem milhões, de ferimentos, de minas, nas frentes de batalhas, de aides, de tudo, e o mundo não toma conhecimento), que prometem dar continuidade ao terror das guerras no mundo, proximamente, por todos os séculos dos séculos, como diziam os católicos de outros tempos.

Já se lê na imprensa que os Estados Unidos pretendem brevemente, de um só assalto como fizeram com o Afeganistão, tomar o Iraque e dar fim ao Saddam Hussein. Quanto à última providência, se fosse fácil já teriam feito da vez passada. Quanto à primeira, lembramos do dito popular aprendido com os nossos pais e avós: “Quem gosta, torna; e quem torna, amarga.” É uma boa advertência para aqueles que querem o poder sem limite, querem mandar num mundo tão diverso como o nosso. Se um ataque ao Iraque acontecer brevemente, como quer o presidente Bush (o nome deu certo, ele é um bucho mesmo, um bofe, melhor dizendo), serão mais e mais vítimas, sempre compostas por civis: crianças, velhos, mulheres em primeiro lugar, depois os demais. Eles, os guerreiros e os que os mandam – os donos do Estado, certamente serão poupados como sempre e mais ainda nessas guerras modernas, tecnológicas.

A pergunta que nos cabe é: Por que, em todas as guerras, estando presente o Estado, mesmo assim a gente o mantém? Se ele vai nos matar, que o matemos antes a ele. Parece-me que esse negócio de guerra feita por conta do Estado é o que mais mancha o mundo contemporâneo. Não é a corrupção, não é o poderio, não é a falta de orientação para o bem comum o que mais nos castiga. É a guerra. São tantas as vítimas! E depois eles se põem de bonzinhos, vão fazer buscas nos escombros, tentar salvar as vítimas, etc. Que hipócritas! Ainda bem que o cidadão americano não pode queixar-se: – A queda das Torres Gêmeas não foi infligida por um Estado. E tanto que eles tiveram medo da União Soviética!

Outrora os Estados tinham por obrigação dar paz e segurança a seus filhos. Agora chegou o momento de perguntamos: Para que serve o Estado? As funções do Estado, no mundo, devem ser reestudas urgentemente. Todas as vítimas merecem nossa compaixão, nosso respeito, nossa misericórdia. Os governos, não! Em que mundo nós estamos!? Regredimos à idade da pedra. Tomara que os próximos passos da humanidade sejam melhores. Mas não acreditamos muito. Segundo Álvaro Pacheco, em seu recente livro, “Epifania das Estrelas para Galileu”, “o formato do homem e a sua possível alma são um absurdo cósmico, não compatíveis com a realidade e a essência das estrelas.” Tirados os exageros poéticos, nós concordamos com ele. E acrescentamos, hiperbolicamente, que a humanidade do homem é um absurdo social. Nem preciso consultar as estatísticas.





* Francisco Miguel de Moura é escritor, membro da APL e do Conselho Estadual de Cultura e presidente do Partido dos Aposentados da Nação (PAN). Av. Juiz João Almeida, 1750 – Teresina-PI, fone: 233-5218 e 8329, e-mail: franciscomiguelmoura@ig.com.br





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