Tinha aquela moça um olhar belo, indecifrável.
Que nos atraía, como se imantado fora.
E dela eu me recordo ainda, agora,
Com seu jeito de ser, tímido e amável.
Difícil é descrever com perfeição
Aquela forma de olhar, um doce enigma,
Traçar só com palavras um paradigma
Capaz de transmitir aos outros a impressão
Causada por algo que não há quem encene,
Posto que logo se percebe ser original
Aquele olhar que sempre tornou apaixonados
Os muitos que a viram e que – coitados –
Diante dessa musa sem igual,
São pobres vítimas daquele olhar perene.
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