Os amigos desta Terra,
Que permanecem em guerra
(Fratricídio contumaz),
Vão ter de sofrer um pouco
P ra curar este orbe louco,
Até que se alcance a paz.
A miséria deste mundo
Nos atinge d alma o fundo
E nos causa triste pranto.
É que as dores desumanas
Tornam as mentes insanas:
Já não sabem o que é santo.
Sem responsabilidade,
Progredir não há quem há-de
Ficam só marcando passo.;
E os amigos cá do etéreo,
Embora trabalhem sério,
Não colhem mais que fracasso.
Que nos seja Deus clemente,
Que proteja a essa gente,
Que lhes envie a Jesus,
Que o evangelho que nos deu
Essa tal gente esqueceu:
Agora sofre sem luz.
As pessoas correm riscos,
Ao fugirem dos apriscos
Onde estavam recolhidas.
Empunham já muitas armas,
A transgredir os seus carmas,
Em desperdício das vidas.
Outras detêm o poder,
Não chegando a compreender
Que são muito responsáveis
Pelas hordas de bandidos,
Que das posses são banidos,
Como seres descartáveis.
Sofrem todos no Universo,
Que se apresenta ao inverso
Dos desejos do Senhor.
A inveja, o ciúme, a vingança
Movimentam p ra matança,
Enchendo o mundo de dor.
Que fazer p ra melhorar?
É só pôr o povo a par
Das penas que muito oneram.;
Sem ferir os pundonores,
Mostrar o que há de horrores
Nas almas que degeneram.;
Dar um exemplo de vida,
Com a mente guarnecida
Pelos valores do Cristo,
Rejeitando todo o mal,
Em atitude moral:
É preciso ser benquisto.;
E rezar com fé profunda,
Sabendo que o Pai inunda
De seu amor toda a Terra,
Pedindo sabedoria
Que, sem ela, não se iria
Pôr um fim a qualquer guerra.
Mas em qual repositório
Está muito mais notório
O caminho a seguir?
Leia as obras de Kardec,
Onde o bem se abre em leque,
Favorecendo o porvir.
Jogue fora o pessimismo
E enfrente com otimismo
As piores situações:
Algum dia há de chegar
Em que as delícias do lar
Encherão os corações.
Vamos fazer o possível,
Mesmo que pareça incrível
Que alguém há de compreender:
É que o trabalho oferece,
Em conjunto com a prece,
Cumprimento do dever.
Vamos pôr nas mãos de Deus
O destino dos ateus
Que provocam tantas dores,
Confiando na justiça
Que com o bem sempre viça,
Sem permitir desertores.
Agir com serenidade
Promete felicidade
Até mesmo aos mortais.
Decidamos desde cedo
Livrarmo-nos desse medo
Que lucraremos bem mais.
Ao Senhor, agradeçamos
Que pendam dos nossos ramos
Os bons frutos do perdão,
Que são pomos que daremos
Aos que perdidos sabemos
Nas trevas do coração.
Um dia, no paraíso
(Acreditar é preciso)
Vamos reler estes versos:
Por certo vamos sorrir,
Eu e você, Wladimir,
Ao julgá-los tão perversos.
Encerrando a cantilena,
Numa prosa mais amena,
Vamos descansar a mente,
Pois o nosso bom amigo
Correu hoje algum perigo,
Nesta função de escrevente.
A Deus vou agradecer
Por ter cumprido o dever
Sem grandes dificuldades,
Oferecendo aos parceiros
Os sorrisos mais faceiros,
Por tantas felicidades.
Vou deixar ao nosso médium
A receita do remédio
Para transpor este drama:
A sociedade de agora
Deve saber que quem ora
Tem um coração que ama.
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