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Poesias-->22. UM FRACASSADO -- 05/02/2004 - 07:59 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Em ondas, o pensamento

Se espalha pelo universo.

Pare apenas um momento,

Para ouvir o nosso verso.



Carente de boa vida,

Fomos muito regalado,

Mas não foi bem recebida

Nossa missão de soldado.



Só quisemos professar

Na área da humanidade.

Essa de disciplinar

Foi ficando “na saudade”.



As letras nos atraíram,

Tal que fossem bem supremo.

As fardas de nós saíram,

Como se o mal fosse extremo.



Mas a Pátria deu um grito,

Ferida pelo inimigo.

Eu precisei ser conscrito:

Ia enfrentar o perigo.



Fugi de tal compromisso,

Desertei, mudei de nome.

Não quis prestar o serviço,

No bulício que consome.



Os tempos foram passando,

A paz se fez para todos

E a consciência me acusando

De me chafurdar nos lodos.



Deixei de ser mestre-escola

E fui batalhar na imprensa.

Desejei dar uma esmola,

Pois minha culpa era imensa.



Aí usei pseudônimos

Que me escondiam da lei

E, por escritos anônimos,

Ofendendo fui ao rei.



Tantas fiz que consegui

Chamar atenção p ra mim,

Mas o medo que senti

Falava claro do fim.



Desertei mais uma vez,

Fui vegetar no interior.

Sem dinheiro, fui freguês,

Com bom saldo devedor.



Não queria compreender

Que a luta exige denodo:

Quando se cumpre o dever,

Corpo e alma são um todo.



Uma jovem me atraiu

P ras lides do matrimônio,

Mas o seu pai proibiu

Que se realizasse o sonho.



Ambos, então, resolvemos

Sumir daquela cidade,

Mas a intenção que tivemos

Continha alguma maldade.



Quem sabe a nossa desgraça,

Já que era muita a miséria

Nos perdoasse a chalaça,

Tornando a vida mais séria.



Mas minha cara não quis

Desertar dos bens terrenos,

Preferindo ser feliz

Bem longe dos meus acenos.



Vi-me de novo sozinho

Contrariado, sofredor,

Já trintão e sem carinho,

Sem paixão e sem amor.



Voltei à sala de aula,

A ensinar o bê-á-bá.;

Me via dentro da jaula:

Estava sem forças já.



Os alunos eram peste

De dizimar professores.

Meu ânimo, então, investe

A objurgar minhas dores.



Foi aí que percebi

Quanto deixara na estrada:

No caminho em que segui,

Tudo quis, fiquei sem nada.



Tomei gosto da bebida

P ra esquecer meus pensamentos.

Acusei a minha vida

Como causa dos tormentos.



A responsabilidade

Pelas minhas decisões

Atribuí à vaidade:

Precisava de razões.



Me afogava nos prazeres,

Ampliando a minha folga.

Já não cumpria os deveres:

Ao mal minh’alma se amolga.



Para encurtar esta história,

Devo dizer que morri,

Recebido pela escória

Que reunir consegui.



Arremessado no Umbral,

Queria fugir de lá,

Mas desertar desse mal

Não é coisa para já.



Foi preciso decifrar

Cada ação de minha vida.

Era p ra disciplinar?

Tal missão foi esquecida.



Voltei hoje p ra escrever:

São letras que conservei

Para a vida bendizer,

Para mostrar onde errei.



Deixei a missão p ra trás,

Não fiz nada que devia,

Mas, ao alcançar a paz,

Tive mais sabedoria.



Disciplinei pela dor,

Em tempos de desespero,

Naquele mundo inferior,

Onde tudo é exagero.



Arrependi-me, tremendo,

De ter feito tanto mal:

Era infeliz, era horrendo,

No perpassar pelo Umbral.



Se me tivesse detido

Antes de fugir da guerra,

Por certo teria tido

O bem que o dever encerra.



Defender a sociedade

É questão de honra, só.

Não praticar caridade,

Faz a honra virar pó.



Em suma, p ra não cansar,

Que já vai longa a poesia:

Antes de fazer, pensar.;

Ao pensar, mais harmonia.



As guerras de que falei

São da alma os atributos:

Quando eu ataquei o rei,

Demonstrei ares astutos.



Toda atitude na vida

Resulta dum pensamento,

Mas também se dá guarida

Ao valor do sentimento.



Para se agir de verdade,

Segundo a norma perfeita,

Vamos medir a vontade

Pelo bem que nos espreita.



Se estivermos com Jesus,

Venceremos nossa luta,

Conseguiremos mais luz,

Nossa prece Deus escuta.



Sendo assim, o pensamento

Que se contém nestes versos

Vem trazer o ensinamento

De que os males são perversos.



Atendemos ao pedido

Do nosso mestre escrevente,

Que se sentiu bem perdido,

Com o tema diferente.



Mas com os versos da rima

Da quadrinha mais acima

Serenou o coração.

Percebeu que temos brio,

Que nosso porte sombrio

Só deu tom a esta canção.



Recomendamos que deixe

Reunidos, como em feixe,

Os versos desta poesia.

Um dia, vamos voltar

Para poder declamar

Canções de mais melodia.



Mas, se algum ensinamento

Valer p ra este momento,

Não se acanhe, mas publique,

Que a mensagem que se dá,

Sendo boa, serve já:

Sempre haverá quem aplique.



A Deus nos recomendamos,

Quando tivermos nos ramos

Frutos bons de se comer.

Se estiverem sazonados,

Irão ser apreciados:

É publicá-los p ra ver.



Se estamos continuando,

É porque o médium vai dando

Boa corda para nós,

Mas já lhe bate o cansaço,

Bem pesado sente o braço,

Ouve mal a nossa voz.



E leva num desafio

(Também ele tem seu brio)

O ditado para frente.

Diz-nos que tudo, na vida,

Requer força desabrida

E coragem de valente.



Quer nos dar uma lição,

Por causa da profissão

De professor do idioma.

Mas nem tudo o que ele faz

Promove somente a paz:

Se nos dá, também nos toma.



Vamos ficar por aqui,

O nosso povo sorri:

Já é hora de sair.

Também o nosso escrevente

Está ficando descrente

De versejar conseguir.



Nós vamos agradecer,

Cumprindo o nosso dever,

Toda a atenção que nos deram,

Pedindo a Nosso Senhor

Que cubra com seu amor

Todos que aqui estiveram.;



Estendendo a nossa prece

A quem desse amor carece,

Ao nosso leitor de agora,

Pois, nesta horinha de adeus,

Sempre é bom lembrar de Deus,

Que nossa fé revigora.



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