Por ter a vocação do vagabundo
E não haver mais brechas nem vazios
Por onde me verter... e nem navios,
Vou-me por dentro até ao fim do mundo.
Vou mergulhar neste alçapão profundo,
Nesta íntima inversão, em desafios
De náuseas, de vertigens, de fastios
De dementado vate furibundo...
Tu vem esperar-me ao limiar do sonho
Àquele instante breve mas medonho,
Em que aos olhos se afundam aberturas.
Daí verás remotos aposentos
De Deus e do Diabo e mais assentos
De bruxas e mostrengas criaturas! |