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Cartas-->Carlos Pompe, Que Alá Nos Proteja -- 10/02/2003 - 22:59 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Valha-me Deus, e que Alá nos proteja
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Prezado Carlos de Jesus Pompe,

minhas considerações sobre o seu “exacerbado misticismo”, como explicação para manter sob controle um exército, cada vez maior, de descontentes e excluídos das benesses produzidas pelo sistema capitalista, no meu modo de ver, está mais para um paradigma, uma verdade aparente, uma proposta de tese de argumentação, do que, propriamente, uma verdade verdadeira, que é única, abrangente e indiscutível.

No entanto, o referido ensaio está recheado de boas idéias e de coincidências inegáveis, que passam despercebidas pela maioria da população, posto que escondidas no baú de estratégias hipócritas e fantasiosas de nossos tempos.

Meu pai já dizia que “tudo demais é veneno”. Com efeito, a obsessão de Bush, em invadir o Iraque, sob os mais variados argumentos - inconsistentes, é bem verdade – é um desses males. O excesso de guerras, como forma de criar fatos e justificativas para explorações e outros objetivos nem sempre claros, à primeira vista, também se enquadra nesta situação. Vide a guerra entre israelenses e palestinos. Vide a implicância com tudo que lembra o passado da ex-potência concorrente, como é o caso dos EUA em relação à Coréia do Norte, que pretende produzir energia atômica em prol de seu desenvolvimento. Até que se prove em contrário, por que não acreditar nisso?

Cá no Brasil, temos nossos excessos. A quantidade de programas assistencialistas, adotado por estados e municípios, copiando exemplo da União, dá a medida exata de que se revestem tais programas, quando em excesso, que acabam, quase sempre, desvirtuados dos seus objetivos iniciais, para transformar-se em “moeda” de troca para as próximas eleições, deixando suas marcas, ou seu veneno, eu diria, quando junta vício e humilhação, com o nome de assistência social.

Desse modo, até as situações não consideradas de risco, passam a compor o rol de beneficiários dessa estratégia política.

Nas eleições, o excesso de candidatos aumenta o número de indecisos. E contribui para a queda na qualidade do pleito. E a mídia, aliada das empresas pesquisadoras de opinião pública, se encarrega de fazer o serviço: mostrar quem tem condições de chegar na frente. De ganhar a parada. E todo mundo aposta no primeiro da fila. O resultado é sempre um excesso de votos mal conduzidos.

E vem o parlamento. Excesso de deputados. Carência de resultados. Situação que se reflete no país inteiro, nos estados e nos municípios. Tanta gente cuidando da gente, e cada vez mais gente precisando de cuidados.

No campo religioso, a coisa começa com o preceito constitucional, ao meu ver enganoso, de que é livre a crença religiosa. Com base nesse dispositivo constitucional, crescem o número de charlatões, com várias denominações, dizendo falar em nome de Deus. Em alguns casos, a fala se resume em transformar o culto num posto de saúde, onde as pessoas, após gritarem e baterem palmas, sob o comando de um profissional da oratória, acabam recebendo de Deus um melhoral, e dão testemunho em público de que a dor de cabeça, que o incomodava desde a sua chegada ao culto, foi embora, como um verdadeiro milagre. Sumiu, como “doril”. Assim, inchaços, caroços, febres, tristezas, banzo, e até questões de ordem financeira são resolvidas numa questão de minutos.

Será que Deus é assim mesmo? Não tem mais o que fazer? Promovendo uma concorrência desleal com os médicos, psiquiatras, farmacêuticos, bancos e empresas de todos os ramos? Será que Deus estaria preterindo alguns de seus filhos, ao promover farta distribuição de milagres apenas para os praticantes de determinadas religiões? Não creio.

Como também não acredito na premissa, segundo a qual, a febre de seitas e de religiões seja um fato premeditado, principalmente com o apoio de bancos e de investidores internacionais. Essas pessoas não precisam disso. Já montaram seus esquemas de poder. Estão, de certa forma, impunes em relação ao que possa pensar a população menos favorecida do planeta.


A garantia da passividade dos explorados não passa, para os capitalistas de plantão, pelo excesso de seitas. Ao contrário. A prevalecer esta tese, os detentores do poder econômico iriam lutar para que as igrejas fossem em número reduzido. Para que os crentes não tivessem a oportunidade de pensar. De comparar. De escolher. E, finalmente, de tornar-se um ateu ou um agnóstico, diante do imenso leque de crenças, e, aí sim, trazer sérios problemas para os capitalistas de plantão. Pois a perca da credibilidade ainda tem efeito nefasto sobre qualquer instituição, empresa ou poder constituído.

Heigel e Karl Max, nesse caso, são inocentes.

Abraços. Domingos.






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