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Cronicas-->QUANDO O OUTONO CHEGA... -- 31/01/2003 - 23:07 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

QUANDO O OUTONO CHEGA...



Filemon F. Martins



Quase fim de verão. Esta estação me fascina. A natureza faz o seu espetáculo com sua paisagem. Folhas e flores voam ao sabor dos ventos e misturam as cores da terra e do céu. São quaresmeiras, murtas, ipês, primaveras e resedás enfeitando as cidades.
Em silêncio fico a pensar, sentir e ver que a natureza cria e recria lindas paisagens, desafiando a dureza dos corações humanos. Um sentimento agridoce toma conta do meu coração. Leio as manchetes dos jornais. A violência domina o mundo. A obsessão pelo poder é cada vez maior. Meu coração, porém, é um tabernáculo, onde a solidão desfila todos os dias, todas as horas e todas as noites. Com ela chega a poesia e, em meio a esse turbilhão de pensamentos, me traz versos impregnados de emoção, de saudade e de devoção.
Sou um estranho passageiro da terra, num trem, ao que parece, desgovernado. Quero ver de novo um rosto que se foi para sempre. Não consigo parar a condução. A viagem continua e acontecem coisas inexplicáveis, inconcebíveis. Mas estou consciente: são coisas do verão ou melhor, do coração. Fico debruçado na janela do tempo. Contemplo a imensidão. Descubro a cada dia que o meu olhar é triste. Devo ter caído aqui por engano. Vejo-me por dentro e me sinto um passageiro na agonia do "TITANIC". À deriva no mar de sonhos, navegando com o coração e descobrindo decepções em cada porto do Planeta.
Às vezes, imagino que estou voltando. Mas, por onde já andei ? De onde venho e para onde vou ? Não sei. Mas sinto dor. Um vazio que dói. A dor de perder pai, mãe e ficar sozinho no mundo. Essa dor que desafia os avanços da Medicina. Porque no coração há um sopro de um Deus que existe, mas ninguém explica. Que movimenta todo o Universo num mistério insondável. Lembro-me de Vinícius de Morais: "Se foi pra desfazer, por que se fez ?" Mas ninguém responde.
Tudo se transforma. É a lei. Na terra, nada é permanente. Também o ser humano, com sua ternura, sua desventura, seus mistérios e suas limitações. Detenho-me diante da ternura do Nazareno. Esbarro no mistério da vida. No fascínio do mundo espiritual. No mistério da fé. Quisera, como tantos, ter o dom da fé. Será que me perdi nas indagações que fiz pela vida ? Nas respostas que não tive ? Será que um dia as terei ? Enfim, são coisas do verão. Ou talvez, anseios do coração.
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