Não. Não é nosso o mar,
Sebastião.
Nem o mar foi feito para ser nosso,
nem nós para que o fosse...
Só é nosso o mito de tê-lo dito,
dito e redito,
uma e mil vezes.
Não. Não é nosso o mar,
Sebastião.
E que nos baste o mito
de ter sido nós
que o deu,
dando o que não era nosso
para se dar.
Que nos baste do mar o que nos basta...
do mar que não perdemos,
porque, ao dá-lo,
ganhámos este mito que nos vale,
valer-nos mais o mito
do que o mar! |