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Poesias-->Entre o céu e a realidade -- 25/01/2004 - 20:56 (Anderson Christofoletti) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








“Se crês,

Prostra-te de joelhos

Diante da desesperança

E da escuridão,

Atira toda tua fé

Numa só palavra.;

Entrega-te

Numa só doação .” A .C.





Entre O Céu E A Realidade





Envolta pela noite interminável

Uma chama ameaça se apagar.



Lábios murmuram a oração

De vocábulos já calejados.



Olhos marejados

Professam toda fé concebível

Frente ao pecado sem perdão:

Existir .



Eles rezam.



Rogam por dias mais justos:

Dias em que o pão possa vir à mesa

Consagrado

Pelo trabalho

Sagrado,

Pelo suor

Que desliza

Da face de muitos

E que deságua

No sorriso de poucos,

De muito poucos.



Rogam apenas pela concessão

Do que lhes é devido por direito:

Nada mais , nem a menos do que o merecido.



O coração inquieto

E aflito

Profere preces silentes

Em meio a desejos em conflito

E a corpos desnutridos

Ignorados pelo sol

Vivendo sob sonhos

Muito mais que apenas prazerosos

(Neles habitam a essência da dignidade

E a clara imagem suja da desigualdade).



A cruz suspensa

Sobre a porta

- Mais ou menos

Entre o céu e a realidade –

Guarda

A fé,

Porta

A esperança

De quem aguarda

Por dias mais

Justos.



A noite parece

Se estender,

Trazendo em meio à prece

Segundos cada vez maiores

Sob a forma de gotas

De misericórdia

Que ungem de torpor

A fome e o desespero:

Cães amordaçados

À espera do momento

Em que a razão lhes será

Ofertada no prato vazio

Da esperança,

Para que possa ser devorada

E cuspida na face mais pungente da dor.



Dentro da noite interminável

A vela

Quase revela

A luz ,

Mas esta se consome

A cada nova prece.



O terço já escorre

Pelo itinerário lasso da mão,

Sem a necessidade

De

Olhos, dedos ou exatidão.

As contas pulsam

Junto à fé que reza

E professa

O coração.









Não se trata de uma “ fé sentimental”,

Mas sim daquela que representa

O tênue e derradeiro fio de luz

Que precede a escuridão.



Trata-se da condição de ser humano

Sendo posta no limite entre

A dignidade e a humilhação.



O alvor rasga a noite,

Atravessa a janela

E se enfinca

Nos olhos baços

Da aurora,

Partindo o presente

Em duas estradas( passado e futuro):

Na primeira a esperança

De um milagre notívago

Que se perde na calada da noite,

Na segunda a vida

Em sua forma mais seca e cruel

Que renasce entre o céu

E a realidade.



Que seja feita a Vossa vontade...







DUAS ESTRADAS

©Anderson Christofoletti - todos os direitos reservados ao autor

poetadasrosas@ig.com.br

http://poetadasrosas.avozdapoesia.com

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