Usina de Letras
Usina de Letras
243 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->11. NO LIMIAR DA LUZ(1) -- 25/01/2004 - 08:26 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A vida que levei fácil na Terra

Prometia-me volta de surpresa:

Pensei que chegaria aqui em guerra,

Mas foi com calma e muita singeleza.



É que os piores inimigos meus

Pelos meus guias foram afastados,

Não só porque não respeitavam Deus,

Mas por serem muitíssimo atrasados.



Sendo assim, é que pude resistir

Os sofrimentos que se enfraqueceram,

Já que não mais temia o meu porvir,

Conquanto os males que não se esqueceram.



Quis saber logo por que fui guardado

Daqueles sofrimentos mais atrozes,

Porém, um nada do que foi falado

Ouvi naquela confusão de vozes.



Foi quando começou a minha sina,

Na trajetória rude dos enganos:

A minha mente clara raciocina,

Mas sem contato algum com os humanos.



Fiquei a avaliar o sofrimento,

Pensando ter levado mais vantagem,

Mas não concatenava esse tormento

Às horas que passava em vadiagem.



Aos poucos, os perversos perigosos

Vieram desfilar à minha vista,

Mas eu achei que estavam mui medrosos

E pus-me a persegui-los em conquista.



Tinha começo aí a parte triste,

Momentos que passei enfurecidos:

Enfrentava os olhares, dedo em riste,

Apontando as mazelas dos “sabidos”.



Riam de mim, às claras, sem temor,

Gozando até de minhas ameaças:

Eu bem queria que sofressem dor.;

Só conseguia que se erguessem taças.



Foram corridas loucas pelas trevas,

Em desespero triste de quem sofre,

Até que me vi preso dumas levas,

Sob o comando vil dum tal de Onofre.



Por cúmulo de azares, o meu drama

Foi discutido em blocos de feitores,

Que me julgaram indigno duma cama,

Destinando-me o catre dos horrores.



Estava terminada a fase triste

Das corridas cruéis que provoquei:

Lá fiquei isolado, a ver que existe

Mal bem pior daquele que passei.



Examinava atento os altos gritos,

Que vinham perturbar-me a intimidade.

Buscava compreender se eram ritos

Que estimulavam tanto tal maldade.



Temia eu, com muita propriedade,

Que chegaria a hora de enfrentar

Aqueles seres-monstros, sem piedade,

Que me faziam todo arrepiar.



Cheguei a sentir dó das entidades

Que sofriam as penas mais terríveis,

Imaginando que, com sobriedade,

Talvez ficassem mais compreensíveis.



Tais pensamentos me fizeram crer

Que era possível conseguir perdão.

Regenerei-me só ao perceber

Como é suave o nosso coração.



Saí de lá trazido por uns anjos,

Que me diziam para não ter medo,

Pois pareciam sádicos marmanjos:

Para entendê-los era muito cedo.



Fui recebido num local famoso,

Em tratamento muito demorado.

Mal comparando, aquilo era um gozo

Que me trazia estulto e apalermado.



Ali também sofri em desespero,

Por me sentir inútil como um peso

De várias toneladas — exagero

De que me reprovava, com desprezo.



Mas os amigos que me deram trela

Também falavam sobre o evangelho:

A luz que tinham vinha duma vela,

Mas era boa, como a voz dum velho.



Aí fizeram várias transfusões,

Inoculando sangue nas artérias,

Para acabar co as minhas confusões,

Deixando idéias firmes bem mais sérias.



Foi o começo desta caminhada

Que continuo, a partir do nada,

Que foi a vida que levei flanando.

Mui responsável, sinto que terei

De compreender os tópicos da lei,

P ra ter a sorte sob o meu comando.



Ainda agora, encontro-me perdido,

Mui triste, magoado, arrependido,

Buscando quefazeres que me atraiam.

Recebo as instruções dos meus amigos,

Que pedem p ra que fuja dos perigos

Dos pensamentos mórbidos que raiam.



Assim, eu vou levando a minha vida,

Tentando a perfeição de ver cumprida

Esta tarefa a que me dei inteiro.

Um oásis de luz este trabalho,

A bênção do conforto com que orvalho

A guerra que empreendo a cavaleiro.



Se não tivesse eu quem me ajudasse,

Não venceria prova tão audace,

Ao recontar os males que passei.

Saí-me bem? Não sei. Eu vou ouvir

Os avisos que irão bem refletir

O amor, no coração da minha grei.



Por outro lado, devo agradecer

Sua ternura, esforço e bem-querer

A este médium mais que abnegado.

Não deixa ele, é claro, prosseguir

A incensar o caro Wladimir.

Então, digo-lhe apenas: — “Obrigado!”



Aos companheiros desta turma eu vou

Me permitir deixar tudo o que sou,

Para poder cair nos braços seus.

Minha desgraça, enfim, é desafio

Que vencerei nas curvas deste rio,

Com firme amparo deles e de Deus!



Uma palavra eu tenho p ros ouvintes

Que conseguirem evitar acintes,

Dando importância ao texto que compus:

É que mantenham os ânimos perfeitos,

Pois, dentre todos, só vão ser eleitos

Os justos que seguirem a Jesus.



E vou pedir a quem é de direito,

Para que saia a dor deste meu peito,

Que me permita socorrer o Onofre,

E mais aqueles que de mim cuidaram,

Porque só sofrimentos enfrentaram,

Sem saber que de bens se enchia o cofre.







(1) Ditado mediúnico efetuado em três dias de trabalho.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui