Que o ex-Presidente do Senado, Sr. Jader Barbalho, não era nenhum santo, todos sabíamos. Entretanto, sempre achei exagerado o comportamento da imprensa, de modo geral, quando escolhe determinado assunto como sendo “a bola da vez”. Não se falava mais em outro assunto, lembram-se? No juíz Lalau, nos anões do orçamento, nos ladrões do INSS, no caso Fonte Cidam, e tantas outras trapalhadas que foram, durante muito tempo, encenadas com interesse geral pela mídia, enquanto tinha audiência. Depois veio a novela Jader Barbalho, que entrou no ar logo após o término da dramática encenação passada no Senado, intitulada: o inviolável painel eletrônico. Tudo esquecido. Salvaram-se todos. Num passe de mágica. Na verdade, o brasileiro não tem memória curta. A questão é que são muitos os escândalos, que entram e saem das páginas dos jornais, com a mesma rapidez com que se muda de camisa. E assim, também, são esquecidos pela mídia e, por via de conseqüência, por nós todos. Por isso, sugiro que se crie um painel de informações, a ser colocado em local público e bem visível (Nas Rodoviárias, por exemplo) e do qual constem, entre outros itens, o nome do escândalo, o andamento do processo ou do inquérito, quanto foi roubado dos cofres públicos, (com atualização diária desse valor), quanto foi resgatado, quais as pessoas envolvidas, quantas foram punidas e o que está fazendo o governo para que tais fatos não mais se repitam. Só desse modo, a população terá condições de acompanhar o desenvolvimento e o andamento dos mesmos, , quando menos, ficar sabendo: quais se tornaram pizzas, com sobremesa de marmelada, parafraseando Boris Casoi (?), e quais ...bem, acho que não tem outros “quais”, outras alternativas de resultados, pelo menos até agora. Afinal, diferentemente de um programa de televisão, de uma emissora muito famosa, não há a possibilidade, em casos como estes, de nós, população, simples mortais, decidir a respeito. Nem eu nem você decide. Só sei que não vale a pena ver de novo. Pois, na verdade, programas deste tipo, não tem faltado. Quase todo mÊs aparece um novo.
Domingos Oliveira Medeiros
Rep. 06 de maio de 2002
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