ah, te fostes, pequeno,
e teu rastro de estrelas
foi perdendo o brilho,
restando escuro, frio e vazio,
onde antes calor, música e riso.
pudesse eu reter-te, seria como reter o sol,
raios dourados, quentes,
como manter na casa
uma galáxia inteira.
- presença sonora que pulsa, luminescente
ai, que agora sou como um porto de adeus,
canção inacabada,
dissonância noturna,
um mar de estilhaços na alma.
ah, por que nada muda?
por que sempre vens
trazendo teu olhar de estrelas
que me atinge, certeiro e quente?
não quero mais escrever-te poemas.
são como farpas que busco
para corroer-me ainda mais
com a tua ausência
ai de mim, que se não posso
jogar-me nesse lúmen,
não quero mais afogar-me nessa sombra.
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