O inimigo comparece
Nos momentos insuspeitos.;
Nosso temor, então, cresce:
Corações batem nos peitos.
É preciso ter coragem
Em toda adversidade:
Não vamos dar a vantagem
De simples contrariedade.
Preparemo-nos, portanto,
P ra qualquer adversário:
Fujamos de seu encanto.;
Evitemos tal calvário.
As nossas armas serão
As que nos deu o Senhor:
Forte espada de perdão
E lindo escudo de amor.
Por mais que tenhamos medo,
Nada nos atingirá.
Dessa forma, tarde ou cedo,
Nossa união se dará.
Evitemos os resmungos,
Deixemos de ser ranzinzas:
É bem fácil criar fungos,
Ou manter brasas nas cinzas.
Faz mal o colesterol
Que se acumula no sangue:
O peixe nos cai no anzol,
No rio, no mar ou no mangue.
Tudo que for em excesso
Vai-nos pesar na consciência:
Ao chegarmos de regresso,
Dos males temos ciência.
É como o colesterol
Que é preciso eliminar:
Estamos presos no anzol.
Quem virá nos ajudar?
Vamos, pois, nos controlar,
Morigerando os costumes,
Ou havemos de acabar
Emborcados nos estrumes.
A figura é muito tensa.;
O escrevente fica mudo:
Quem não aceitar a crença
Espere o final de tudo.
Quem agir com alegria
Vai ter, ao final do dia,
Satisfação e prazer:
Com os irmãos reunidos,
Os tempos serão vividos
Nos braços do bem-querer.
Iremos sentir saudade
De alguma velha amizade
Que se perdeu no caminho.;
Mas, se formos socorristas,
Assinalamos nas listas
Tal ausência de carinho.
Partiremos em socorro:
É Tonto salvando Zorro.;
O grupo estará contente.
Teremos muito trabalho,
Mas o mentor quebra o galho,
Facilitando p ra gente.
Em tudo existe harmonia,
Quando, sem patifaria,
Agimos por nosso irmão.
São os amigos por nós?
Jamais ficaremos sós:
É forte tal emoção.
Todo irmão é convidado,
Se estiver posto de lado,
A participar da turma.
Se recusar, leva chumbo:
Não se compreende que um bumbo
Numa orquestra apenas durma.
Assumido o compromisso,
Há de receber serviço
Bem leve p ra começar.;
Em pouco tempo, entretanto,
O mister complica tanto:
Chega a hora de estudar.
Isto não é brincadeira:
É uma forma bem maneira
De agitar este universo.;
Pois tudo o que é sem jaça
Recebe de Deus a graça
De caber em nosso verso.
Vamos tentar, bom amigo.
Vá seguindo aqui comigo,
Ajudando a versejar.
Para isso é bem preciso
Ter compreensão e juízo
E saber o verbo “amar”.
Pois, de todas as virtudes,
As que parecem mais rudes
Privam-nos da liberdade,
Que, se fizermos o mal,
Vamos ter, lá no final,
Que sentir muita saudade.
Mas que virtudes são essas
Que ficam a pregar peças
A quem só quer auxiliar?
É a contenção dos desejos,
É o sentimento dos pejos,
É o perdoar, é o amar.
Sufoquemos nossos ódios:
Não coloquemos nos pódios
Os vícios e coisa e tal.
Se tivermos inimigos,
Evitemos os perigos
De desejar-lhes o mal.
Sermos fiéis a Jesus
É aceitar a nossa cruz
P ra obter a salvação.
Serão só gotas de orvalho
Que escorrerão do trabalho:
O mais é satisfação.
Agradeçamos ao Pai,
Nessa hora em que se vai
Completando a compreensão.
Saibamos ver no infinito
Tão-somente o som dum grito
Que nos sai do coração.;
Já que Deus está bem perto,
Tão presente como é certo
O existir em carne e osso.
Se disto se duvidar,
Eu lhe digo, com pesar,
Quem é carne-de-pescoço.
Vou terminar sem grandeza,
Mas tendo total certeza
De que fiz o que é possível,
Só restando agradecer
Esse gentil bem-querer:
— “A vida não é incrível?!”
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