Puxei pela rabeca e pus-me a cantarolar
suaves e ternos almejos de porta aberta.
Perguntei-te muito à moda malandreca
se querias comigo rir e melhor viver...
Deste-me a mão do sonho a despertar
e comigo puseste-te docemente a ler
Lemos o passado já arrumado,
o presente quase mesmo a passar
e o futuro maduro e inesperado...
assim, pusemo-nos a gargalhar forte
vasculhamos o melhor de nós captado
desprezamos a frívola e irascível morte...
Boa disposição em forma de felicidade,
captada pela síndrome do imediato,
esmagamos a mentira pela sana verdade,
o nosso pensamento uniu-se em jacto
na prateleira malandreca da jovialidade
fazendo inveja ao miserável de tão fraco...
Só assim posso levar as penas que carrego,
com boa disposição totalmente malandreca,
porque amanhã não sei se me enterro
na campa sempre adiada na triste entrega
que o corpo entorpece de tanto apego...
Rio de felicidade viva na pele que se alegra!