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Artigos-->MENSAGEM DO PROFESSOR JOSÉ LUIZ DE PELEGRIN -- 11/04/2024 - 16:40 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

MENSAGEM DO PROF JOSÉ LUIZ DE PELLEGRIN

L. C. Vinholes

10.04.2024

 

Há muito, recebi mensagem do professor José  Luiz de Pellegrin e, nos último cinco anos, cada vez que leio tenho vontade de publicar não pelo que nela tem e que me toca, mas pelo que nela é abordado e comentado com relação aos itens que ficaram muitos anos sob meus cuidados, como depositário fiel, e que hoje são da Coleção L. C. Vinholes, parte do acervo do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, de Pelotas, para que seja usufruída pelo público”.

Sempre com alegria, lembro dos inúmeros momentos que passei no museu na companhia dos integrantes da direção e da equipe técnica, abrindo caixas e liberando o que, sob outros e novos cuidados, passaria a ser visto e apreciado por centenas de visitantes que sempre são acolhidos pelo museu, ciente da sua irrevogável missão de satisfazer a curiosidade e a sede de saber de um público interessado em cultura e arte, especificamente, em artes plásticas.

 

José Luiz de Pellegrin que, até então, eu pouco conhecia, foi passiente quando em 10 de dezembro de 2010, sob o imenso teto do pavilhão vazio da antiga fábrica Laneira Brasileira SA de Pelotas, visitei a exposição dos seus alunos Vivian Herzog, Martha Gofre de Freitas, Daniel Albernaz Acosta e Stela Terra. Satisfazendo minha curiosidade, dele não faltaram informações técnicas que me permitissem melhor apreciar cada obra exposta. Na mesma tarde, foi generoso quando, de comum acordo com Mario de Souza Maia, professsor da Cadeira do Curso de Licenciatura em Música do então Instituto de Letras e Arte, o ILA, decidiram fazer música utilizando os 100 cartões da minha Instrução 61, para quatro instrumentos quaisquer. Foi nesses momentos, envolvido na sonoridade de uma música aleatória, que ou(vi) instrumentos nada convencionais criados experimentalmente por formandos que, naquela ocasião, contaram com a parceria de quem, por um instantes, deixava os pinceis de lado para, como colaboradores, manejar os cartões da Instrução.

 

            Durante muitos anos, batendo pernas em cinco continentes, cada vez que encontrava algo novo que pudesse ser acrescido ao que amealhava, sentia uma satisfação indescritível, mas nada comparável com aquela da ida a Montreal para, seguindo instruções do Itamaraty, dar buscas e localizar obras de Candido Portinari. Na sala do apartamento da senhora Lunny Luc, filha do ex-embaixador do Canadá  no Rio de Janeiro, nada encontrei do pintor de Guerra e Paz, mas do patrono do MALG fiquei por alguns instantes, paralisado olhando o pequeno quadro da paisagem da Igreja de São Francisco das Missões de Ouro Preto, tantas vezes registrada por profissionais e amadores. Esse óleo entrou no acervo do nosso MALG pelas mãos da diretora, professora Raquel Schwonke, e do artista, curador, professor Pellegrini, a quem fiz a entrega. Considero essa obra mais do que um simples acréscimo ao acervo do museu ou à coleção que tem meu nome, pois, na realidade, ele é uma credencial vitalícia que não deixa dúvidas quanto ao meu respeito e à minha admiração pela personalidade e obra do maior artista pelotense. Sobre ela, reproduzo o sétimo parágrafo do artigo Aspecto de Ouro Preto - Tela de Leopoldo Gotuzzo que, em julho de 2013, disponibilizei no site www.usinadeletras.com.br:

 

A tela de Gotuzzo, com moldura original, tem área pintada de 33cm de altura por 28cm de largura e, no canto inferior esquerdo, a assinatura do autor e o título OURO PRETO, em maiúsculas, seguido do ano de 1942; no canto esquerdo superior da armação, lê-se, em três linhas escritas a nanquim: ASPETO de / OURO PRETO / L. Gotuzzo 1942; e um cartão de 5cm por 7,5cm colado na parte de traz da tela, na caligrafia do pintor, dá, em onze linhas, as informações complementares: “Aspeto de Ouro Preto” / Formado do começo / da estrada que conduz / à Mariana. / Ao fundo vêm-se as / igrejas de São Francisco de / Assis e das Mercês. / Pintado por / Leopoldo Gotuzzo / no mês de Junho de 1942”.

Para encerrar esta introdução peço vênia para transcrever, na íntegra, a mensagem, de 21 de novembro de 2018, que recebi do professor e amigo José Luiz de Pellegrin, pela qual, respeitosamente, mais uma vez, reitero meus sinceros e fraternos agradecimentos.

 

“Caro Vinholes!

Nos últimos anos passamos recebendo sua atenção de maneira exemplar. Seus cuidados com o MALG e com Pelotas foram sempre emocionantes. Sua generosidade em legar ao museu o tanto que carinhosamente foi reunido lentamente e em tantos anos de sua vida sob seu olhar atento, de admiração, de respeito pela cultura, de cultivo das amizades, de zelo por expressões diversas e modos de dar a ver o mundo que, vou repetir o que já disse tantas vezes, transformou definitivamente o MALG e suas perspectivas, seus compromissos e possibilidades. Tudo precisou ser redimensionado. Nossas motivações se alargaram, nossas possibilidades de pensar o papel do museu, o papel da arte, a relação com o público, a abrangência da visão sobre a cultura de tantos países, do fazer de tantos artistas visuais, poetas, músicos - compositores e intérpretes - foi transformada por obras, documentos, publicações, registros, imagens, agradecimentos, afetos, respeito e considerações. As surpresas não acabaram nunca e com o trabalho para organizar esta exposição tivemos acesso a um pouco mais sobre o artista, ficou claro que se começou a puxar o fio de uma história que será redescoberta ao longo de muito tempo e sempre regida por surpreendentes encontros. Este sentimento ficou ainda mais claro quando foram feitas as primeiras escolhas e a constatação inicial foi a de que não seria possível dar  conta minimamente da sua estatura, da sua trajetória como artista, como homem de cultura. O Museu pareceu tão pequeno. O desafio foi desenhar uma exposição que, pelo menos, apontasse o que ainda virá.

Foi uma emoção que se ampliou a cada dia. Foi um envolvimento que produziu um pulsar reunindo toda a equipe numa mesma compreensão do que estávamos construindo como eu nunca tinha vivenciado nos meus quarenta anos de UFPel. Alunos, professores, técnicos, funcionários participaram de um mergulho com trocas e percepções como se todos soubéssemos aonde chegar. Uma solução proposta para cada situação era logo em seguida ampliada ou ajustada. Trabalho de criação coletiva motivada primeiro pelas suas informações, pela sua organização, pela sua disposição. Depois, pela ampliação do horizonte que o acesso a cada informação permitiu.

Tenho o sentimento que o desenho desta exposição foi o mais bonito que já fizemos. Que o processo de sua elaboração gerou um clima de criação, de descoberta de soluções com a compreensão de todos os envolvidos na mesma intensidade. Que a participação do grupo foi a mais coesa e que a alegria de poder retribuir, expressar nossa gratidão aos seus cuidados, à sua generosidade foi um sentimento muito bom e que agora se amplia com seu e-mail.

Fico muito, muito feliz de podermos dizer obrigado através desta mostra.

Sou grato por tudo que aprendi nestes anos de contato. Sou muito grato por usufruir da sua generosidade.

Espero que você tenha todas as alegria que merece, que tenha saúde para usufruir do encantamento que produz nos jovens. Lembro de tantas fotos que já fiz com você rodeado de jovens encantados com seu saber, com seu cuidado, com a sua atenção, com o seu olhar sobre a vida e sobre o mundo!

Precisava lhe dizer tudo isso.

Caro Vinholes, OBRIGADO!

Receba meu abraço fraterno.”

 

 

Comentarios

Maria do Carmo Maciel Di Primio  - 17/04/2024

Mensagem relevante de gratidão e reconhecimento do Prof.José Luiz de Pellegrin ao Prof. Vinholes.
Uma leitura que me fez bem.

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