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Contos-->Gira gira-mundo -- 07/07/2003 - 19:07 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Foi massa o rolé que a gente armou com os gringos. Suada. Uma armação da cebola. Foi assim:
O coroa discolou o carango e grudado com meu chegado, o Ursinho, voamo pra Boa Viagem. Cara, a noite tava dez. O maior solzão, nenhuma nuvem. Demais! Aportamo na beira mar, coladinho na praça. Tava meio morno, sem agito. Uma bosta. A gente com aquele carango, pilcha brilhando, grana e a cachorrada sumida.
O Ursinho teve o estalo.
_ Bora pra Conselheiro!
_ Tá maluco!
_ Vamo tira onda com as menina.
Eu não curto esse lance de tira onda com ninguém, inda mais com as meninas de lá, coitadas, só tão naquela dureza por obrigação, por rango. Umas coitadas. Mas Ursinho tava pirado. Entrou no carango e se mandamo.
Comecamo no Pina. A rua cheia de gata e malandro. Tem umas alma sebosa que eu levaria na porrada. Esse negócio me faz virá bicho, calcula uma filha sua naquela situação? Mas Ursinho tava pirado, doidão que só! Na esquina da Antonio Falcão paramo. Ursinho precisava discola um bagulho e lá sempre tem um mala vendendo. O bagulho tá cada vez pior, caro e ralo. Cinquenta mangos não dá pra pôra nenhuma; uma viagem, duas. Foi meio-a-meio. Eu fiquei mais ligadão que piradão, o Ursinho ficou mais pirado. Ele deu um cavalo de pau que quase fudeu o carango. Aí pinto o pé-de-porco:
_ Ai, o senhor mostre a carteira...
Ursinho já conhecia o fera, foi logo estendendo uma oncinha, o que fez o bicho libera geral. Ursinho ficou irrado, aquele cabra já tinha levado grana dele noutro dia. Era um safado, mas Ursinho tava por fora; aprontava e queria tá na razão. Eu tinha ora que ficava injuriado. Mas era meu chegado e eu não sou traíra, isso nunca. Mas ele tava errado pôra! Além do bagulho, dava bandeira com o carango. Com isso não se brinca. Caralho!
Fiquei vidrado numa Ferrari que cruzou a gente. Tinha uma gata linda dirigindo. Soltei o verbo e o Ursinho encucou em seguir a galega. Cara, a galega guiava pra caramba. Mas a gente ficou na cola e rodamos um tempão numa carreira doida, até apontarmos no Marco Zero. Ela desceu e foi pra junto de dois gringo que estava esperando por ela. Ursinho desceu e encarou os dois. Doidão do jeito que ele tava a coisa só podia fica preta.
Os gringos não se ligaram em nós, tavam ocupados com a galega. Ursinho ficou resmungado como é que podia uns cara como aqueles com um pedaço de mulher como aquela. Que fossem pra Europa e cumessem suas minas de lá, pôra!
Chegou-se ao grupo e foi despejando o verbo. Falou, falou, urrou e nenhum pio dos caboclo. A galega, que sacou tudo, acendeu um cigarro e mandou a fumaça na cara do Ursinho. Além desse abuso disse que dava de graça para quem ela tivesse afim. Não precisava da grana de um macaco como ele. Não deu tempo de ela terminar pois o braço desceu firme, jogando a nega por terra. Só então os gringos agiram. E não foi mole. Deram o maior pau no Ursinho. Eu não fiz nada, tava sem coragem, além de que a coca me deixo um poco grogue e a minha consciência pesou pra cacete. Ursinho só tinha feito merda e aquele cacete era bem merecido. Que belo chegado eu tinha. Agora tinha caído a ficha: Ursinho ainda ia me arroba com aquelas manias.
Enquanto o pau comia, peguei a loira e levei pro Português. Ela sofreu um pequeno hematoma, mais nada. Tava inteira. Depois de atendida, eu resolvi cair fora. Mas daí ela se achegou: tú é foda mesmo. Acabamos no Rhodes.
Noutro dia cruzei com Ursinho. Tava arrombado. Ele podia tá de mal comigo, pensei em fica longe. Mas fui vê como ele tava. Ele nem lembrou do que aconteceu na noite. Tava pirado mesmo.
_ Pô Xande. Eu não lembro de pôra nenhuma, acordei no Recife Palace com dois gringo. Que noite, os cara são foda, mandaram vê.
Esqueci: Ursinho é meu namorado.

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