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Contos-->O sorvete -- 07/07/2003 - 16:07 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O gosto era de framboesa,com toda certeza. Embora teimassem em dizer que era morango, mas, se apurassemos o paladar, talvez nem mesmo fosse framboesa, quem sabe, cereja, amora, ou outra frutinha vermelha qualquer.
Assim, depressa, passou a tarde e a discussão perdeu o interesse e não se chegou a qualquer conclusão.
O grupo se desfez, cada qual seguiu para seu lado, carregando no íntimo uma frustração inexplicável, afinal, nada seria resolvido com a definição daquela fruta que fora utilizada no sorvete, a sobremesa mais solicitada naquele banquete.
O cozinheiro, um oriental de fala enrolada, que não sabia se expressar bem em português, ficou com cara de tonto quando vieram lhe perguntar o nome da fruta. Balançava a cabeça e parecia envolvido numa "sinuca de bico".
O prefeito, indignado, chegou em casa sem querer dialogar e a única coisa que sabia dizer: vermelhinha, cor de sangue; o sangue jorra, o sangue ferve.
Mundica, velha empregada doméstica que acalentara o prefeito desde a primeira infância, exclamava para os seus botões: coitado, deve está ficando maluco com tanta pressão em cima do pobrezinho!
O juiz, impressionado com as curvas derrapantes da encarregada dos registros da paróquia, procurava a lógica para toda aquela discussão. Concluiu se auto aconselhando: não devo meter minha colher nessa comédia. Melhor é pensar nas pernas torneadas daquela jovem secretária do padre.
O padre, contrito, chegou à casa paroquial bastante aborrecido, pois notara os olhares indiscretos do magistrado para a sua secretária. Seria mesmo framboesa?
O gerente do banco, que ficara alheio à discussão, já estava envolto no clima das férias, que iria desfrutar no sul, na sua cidade natal, longe daquelas estéreis discussões: mas, eu acho que não era framboesa.
Lima, o Radialista, sonhava com uma reportagem colorida, revelando aos ouvintes a frutra misteriosa do sorvete servido no ágape.
O mèdico, dr. Fonseca, tomou dois uísques no bar do Josias e foi para o consultório aguardar os pacientes do dia. Sabia que aquela discussão não tinha serventia e que a vida do lugar continuaria a fluir nos trilhos irremediáveis onde trafega o comboio inexorável do cotidiano. Riu baixinho para consigo mesmo, pondo a culpa de tudo no farmcêutico, Jonas, que manipulara uma fórmula secreta para o sorvete.
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