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Cronicas-->A meus pais ou consciência da maturidade -- 27/01/2003 - 09:51 (Marcos Woyames de Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A meus pais ou consciência da maturidade

Tenho pensado e cheguei a conclusão que maturidade é algo que não se adquire com a idade, mas com a consciência.

De um tempo para cá tenho observado com mais consciência o quanto amo meus pais.

Ela, minha mãe, ainda mantém o orgulho de mulher bonita, altiva. Seu corpo ainda é esguio, elegante. Uma mulher na plenitude da terceira idade. Raros são os que ao saberem sua idade, não se admiram de sua forma e beleza.

Ele, meu amado pai, um homem e tanto. Ao longo dos anos enfrentou suas barreiras com galhardia, porque não dizer heroísmo. Barreiras que cobraram caro e deixaram suas marcas em sua luta, mas que, entretanto, o dobraram sem jamais have-lo derrubado.

Hoje, seus passos cansados, já não são tão firmes, nem tão largos quanto seu doce, adorável e amigável sorriso.

Seus cabelos brancos, insistentemente despenteados, talvez ainda sejam reflexo do homem de vida agitada, corrida, lutada a cada instante. E que apesar das dificuldades, por toda sua vida só criou amigos.

Juntos, meus pais lutaram e fizeram de nós, minha irmã e eu, pessoas que ao longo dos anos construímos e constituímos famílias de pessoas boas. Pessoas que têm amor no coração.

Desculpem, não é de nós que quero falar, mas de duas pessoas a quem mais amo nesta minha vida e que peço neste momento que me perdoem.

Peço perdão por nunca ter tido coragem de sentar a seus lados e olhando em seus rostos, olhando em seus olhos, jamais haver dito o quanto os amo.

Apesar de estar hoje começando a ter esta consciência, peço que me perdoem, por todos os momentos em que me ausentei. Pelos momentos em que me omiti e deixei que seus problemas fossem só seus. Sei hoje, que os meus nunca foram só meus, como pude ser tão egoísta?

Quero pedir perdão, minha mãe, por muitas vezes não ter deitado a cabeça em seu colo e chorado... eu tinha que ser machão.

Quero pedir perdão, meu pai, por ter levado tanto tempo sem ter beijado sua face, como hoje faço. Muitas vezes por vergonha do olhar dos outros...como pude ser tão infeliz na hora de ter vergonha?

Quero pedir perdão pela distància que deixei entre vocês e as crianças, por não tê-las feito mais netas do que o amor de vocês pedia e merecia. Talvez inconscientemente por não querer dividi-las com vocês e ao mesmo tempo, não querer dividi-los com elas.

Quero me desculpar com vocês por jamais haver dito a minha irmã o quanto ela é especial e que tanto quanto a vocês eu a amo.

Não sei ainda se minha consciência que penso amadurecida, é suficiente para reconhecer que o amor que sinto é maduro o bastante para não mais errar, para não mais me ausentar, para não me omitir.
Peço desculpas a mim mesmo, por haver demorado tanto a sentir este amor com plenitude.

Hoje, olho meu pai que enfrentou e lutou contra os monstros e dragões da vida e sinto um orgulho. Orgulho este que reconheço, me faz muito bem. Um bem que meu pai sempre me quis, mas que por longo tempo eu cegamente não enxerguei e até mesmo, em determinados momentos por me julgar absoluto, recusei.

Hoje, olho minha mãe e choro, choro pelo colo que ela sempre me ofereceu para confortar minhas lágrimas, mas que optei burra e insistentemente por desperdiçar pelos cantos de paredes da vida.

Peço aos meus pais que me perdoem mais uma vez, por não haver aprendido antes a pedir desculpas e por jamais ter tido a coragem de admitir abertamente que sempre os amei e que este amor está amadurecendo, não com a idade, mas com a consciência.

Amo vocês.

Quer falar com o autor? Escreva para mwoyames@ibge.gov.br
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