Homem sem fé... O eterno viajor...
Segue o passante alheio, sem destino...
Semente morta presa nos espinhos
Do desalento onde se enroscou...
Cego de alma não vê seu caminho,
Sem nada ouvir ou mesmo captar
Ondas de luz que, devagarzinho
Banham seus olhos para o acordar...
Seguindo ao léu, sem rumo e sem destino,
Provando a vida sem sentir sabor,
Leva em seus passos, como em desatino,
Todo o vazio de seu desamor...
Vagueia nômade pelo seu deserto,
Sem miragem sequer, vai o incréu
Perdido inteiro nesse campo aberto,
Qual morto-vivo tropeçar no céu!...
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