Meditação transcendental
Autor: Daniel Fiuza
19/09/2000
Estou aqui sozinho, sentado nesse caminho
falando para meus botões.
Mas como não tenho botões!
Fico falando sozinho...
Tecendo opiniões...
Mas eu preciso falar, sangrar esse despeito,
Que oprime o meu peito,
Quero me despir do mal.
De que adianta falar só para mim?
Se já sei o que vou dizer,
Nem quero escutar assim,
Só quero me desmilindrar.
Mas... Eu preciso falar!
Falar para o mundo ,
Desafogar o meu peito,
Para não explodir...
Posso até falar para os meus botões,
Mas não posso ouvir.
Posso falar para o vento,
Mas as palavras se dissipam,
E perco meu momento,
Fico falando ao léu,
As palavras viram fumaça de papel.
Para quem vou falar da minha tristeza?
Das minhas incertezas?
Das minhas amarguras?
Só se for para o anjo Gabriel,
Que me escuta lá no céu,
Tirando minhas aflições,
Se ninguém me ouvir,
Então vou falar com meus botões.
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