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Artigos-->O BAIANO JOSÈ LUIZ PAES NUNES -- 19/02/2024 - 11:20 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O BAIANO JOSÉ LUIZ PAES NUNES



 



L. C. Vinholes



19.02.2024[i]



 



Os estudantes da Escola Livre de Música da Pró Arte, em São Paulo, poderiam ser divididos em dois grupos. O maior grupo era o formado por aqueles que residiam em São Paulo e que, após os eventos dos quais participavam como realizadores ou como público - concertos, aulas, conferências -, dirigiam-se às suas casas. O outro, bem menor, era o dos que vieram de outros estados e que, ao término das suas atividades, dirigiam-se à pensão onde moravam e faziam suas refeições.



 



A pensão era um dos sobrados situado na Rua Sergipe, na calçada do lado oposto onde funcionava a Escola. Tinha ambiente familiar e era conhecida não por sua razão social - se é que tinha -, mas pelo nome da filha mais velha da proprietária, bonita, elegante, amável, simpática e amiga, sempre risonha e disposta. A proprietária viera de Presidente Prudente para, com a pensão, apoiar e facilitar a vida dos seus filhos universitários. Era a Pensão da Alice onde moravam não apenas os estudantes da Escola, mas também outros universitários como, por exemplo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), dos quais lembro-me de Geraldo Vespaziano Puntoni, Teruko Minamisawa, Julio Roberto Katinsky.



 



Nos anos 1953 a 1957, assim como eu, na Pensão da Alice moraram José Luiz Paes Nunes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Carlos Eduardo Prates, Norma Graça e, também, Flordinice Maciel Dultra, secretária da Escola. Na hora do almoço lá estavam também, entre outros, Henrique Gregori, Sandino Hohagen e Isaac Karabtchevsky.



 



José Luiz foi sempre um companheiro alegre, engenhoso, extrovertido, determinado que se fez em São Paulo graças ao seu talento. Sobre ele quero contar dois fatos que mostram também sua personalidade travessa e alegre. Conheci José Luiz em Salvador no I Seminário Internacional de Música da Bahia quando me foi apresentado por Rosita Salgado Goes, sua primeira professora de piano. Nos tornamos companheiros do dia a dia, tomávamos o café da manhã sempre em uma das mesas que ficavam perto das janelas do amplo refeitório do Converto do Carmo onde era realizado o Seminário. Certo dia procurou-me eufórico para dizer que recomendado por Rosita recebera do professor Koellreutter o convite para ir estudar regência na Escola de São Paulo. Estava apreensivo por não ter certeza de como manter-se uma vez que a bolsa contemplava apenas os estudos dos cursos de piano, regência e matérias suplementares. Combinamos que, pelo menos no inicio de sua estada na capital paulista, dividiríamos as despesas do quarto na Pensão da Alice. Foi assim que ele apareceu no sobrado da rua Sergipe em meados de março de 1954.



Em 1956, segue seus estudos de piano em São Paulo sob orientação da professora Menininha Lobo, e depois, com Hans Graf, Yara Bernette, Madeleine Bernheim, Guilherme Fontainha e José Klias. Ingressa, em 1959, como redator de música no O Estado de São Paulo, onde em 16 de maio de 1962, publica notícia sobre a estreia, em Tokyo, da minha Instrução 61, para quatro instrumentos quaisquer.



 



           



Dos nomes citados acima, o registro que faço a seguir envolve os nomes de José Luiz, Carlos Alberto, Flordinice e o meu próprio. A intenção é lembrar três fatos que mostrar a personalidade travessa, alegre e participativa de José Luiz que, pelo pequeno grupo de colegas moradores da Pensão da Alice, vez por outra, era chamado de Baiano Doido. Nada de ofensivo ou depreciativo contrastando com o Zecá Paes apelido que ele ganhou mais tarde quando começou a desenvolver papel importante na vida artístico-musical e jornalística de São Paulo, maneira prática e certamente carinhosa para quem sempre foi amigo solicito de todos que com ele precisavam contar.



 



José Luiz nasceu em Serrinha, cidade de 80.435 habitantes a cerca de 176 km de Salvador. Foi pianista, regente, jornalista, idealizador e promotor eventos e um grande parceiro de quantos cruzaram seu caminho quer na Bahia quer em São Paulo, estados nos quais viveu a quase totalidade dos seus dias. Em 2 de agosto de 1987, aos 54 anos, José Luiz vem a falecer na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo.



 



 



[i] A data deste artigo, extraviado até hoje, é, provavelmente, meados de setembro de 1987




Comentarios

Maria do Carmo Maciel Di Primio   - 22/02/2024

Memórias de vivencias interessantes Prof. Vinholes.
Grata !!

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