Como nada finda de mesmo, ele azoava com o mundo desabando na hora: o tempo, uma guilhotina. Claro, um asno que mantinha um grilo miserento feito sinal de linha ocupada barulhando perene na cabeça. Que fardo! Zoadeiro de broco. E mais: nada de sorte no amor, demente. Até que vórtice da vida, dá pé numa incólume flor apaixonante, enfeitiçando a gula. Danada. Como se assanhou. Dela, fascínio e talvez orvalhando o tempo febril, enquanto o dócil catava palavra de amor. Nada. Não era dele, sabia apesar da ebulição. Flor é do jardim. Não era prá ele, bico de rafamé. E entre cavar e moer-se, eis num relance dos devaneios, a deparar com festeira estonteante. E ele: é com essa que eu vou. A mira noutra direção, nem espreita longe. Tudo promessa de céus e infernos. Foi de cabeça, apetite bulindo. Quando deu fé, erra alvo sem dar na imprecisão: mira de vesgo, estrago irreperável. Pois é, deu falta da flor. Ih! Era tarde, nenhures de si nem restou: a flor é do jardim, sabia.; e dele, nem sol no quintal.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
Não deixem de ver também:
Guia de Poesia:
http://www.sobresites.com/poesia
e outras poesias em:
http://www.abarata.com.br/sites/luizalbertomachado
|