Briguinhas em família são comuns,
Mas não deixam de ser mui perigosas.;
Se, na rua, é mais fácil, onde alguns
Te ofendem por coisas mentirosas,
Em casa, as desavenças prendem uns
Aos outros, de maneiras misteriosas.
Portanto, é necessário ter cuidado
Ao fomentar as brigas por somenos.
É preferível sempre um resultado
Desfavorável ter que esses acenos
Duma vitória fútil de soldado,
Para manter os vínculos serenos.
Dessa forma, o crescer, nesta existência,
Será conjunto, amigo e companheiro,
Pois hemos de ceder, em obediência
Aos princípios eternos, e o parceiro
Compreenderá que temos a ciência
De protegê-lo todo, por inteiro.
Dia virá em que teremos armas
Para enfrentar as lutas mais ferrenhas,
E nosso irmão, unindo os nossos carmas,
Conosco formará sem que tu tenhas
Sentido terminar os tais alarmas
Que agora te preocupam nas resenhas.
Falaremos, então, com desassombro,
Certos de que seremos compreendidos,
Se lágrimas houver, o nosso ombro
Será recurso sábio, e teus sentidos
Ressurgirão augustos desse escombro,
Mais reais, mais perfeitos, mais vividos.
Poderemos galgar outras esferas,
Tendo cumprido o nosso juramento.
Já não teremos males de outras eras,
Para lembrar em triste sentimento.;
Só alegrias, nada de quimeras,
Positivos em cada pensamento.
Evoluir é, pois, sagrado passo,
Que vamos ter de dar, em nossa vida.
Se obtivermos só algum fracasso,
Vamos ter de voltar, logo em seguida,
Com recurso, talvez, bem mais escasso,
Sem ter pessoa alguma conhecida.
Mentores ficarão, dentro do etéreo,
A guiar-nos bem tristes co o insucesso.
É melhor resolver esse mistério,
Ainda nesta vida em que o decesso
Se vai tornando algo muito sério,
Ameaçando um breve e mau regresso.
Juntemos, pois, as forças, caro amigo,
Orando com amor e propriedade.
Busquemos do Senhor o seu abrigo.
Ajamos sempre com serenidade.
Conheçamos da lei o seu artigo,
Acolhendo os irmãos com caridade.
Felicidade, então, será sentida
Como energia forte a propelir
Os arremessos para essoutra vida
Que teremos mais límpida. A seguir,
Lágrimas correrão, mas comovida
Noss’alma chorará pelo devir.
|