Joaquim! Joaquim!
Acorda, oh! dentista da inquisição.
Teu boticão emudeceu o grito dos conspiradores;
Mas o sono eterno não te impedirá de escutar o ranger de dentes dos filhos da Pátria;
Vivemos um berço esplêndido em terra arrasada.
Joaquim! Joaquim!
Levanta-te, óh! Patriarca da república.
Vede tua obra pífia desbotar sob o manto da coluna neoliberal;
Vede teus filhos tombar sob a espada do sociólogo ditador;
As muralhas das Minas Gerais, no passado baluarte da liberdade, ruem sob a égide do capitalista tirano.
Joaquim! Joaquim!
Regresse, Oh! senil Inconfidente.
Tua erma que um dia foi símbolo de luta hoje é poleiro de pombo
Tua bravura é motivo de chacota na Capitania dos Bandeirantes
Já não sofremos os achaques da Coroa Lusitana; conquistamos o estado de colônia.
Joaquim! Joaquim!
Morras só mais uma vez, óh! esquartejado.
Teu grito de rebeldia vale menos do que um tango portenho;
Tua luta e glória só encontram abrigo nas mãos escarnecidas da resistência camponesa
Tua viúva implora por brasilidade e afago dos filhos aquartelados.