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Cronicas-->DEPOIS QUE TU PARTISTE -- 23/01/2003 - 01:42 (Maria Teresa Albani (Maytê)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DEPOIS QUE TU PARTISTE






Depois que tu partiste, dei pra pensar em ti o tempo todo e, às vezes, entre uma saudade e um soluço, me pego viajando no tempo de ser feliz e te imagino aqui, junto de mim, do jeito que pensei que seria se tivesses vindo, e saímos por aí em busca do sol, do mar, da terra do nunca, onde planejamos os nossos dias de nos descobrir, inventar o amor e viver aquela paixão tão esperada;

Depois que tu partiste, dei pra imaginar tua volta e a esperar por ela todos os dias, e então eu enfeito a casa e a alma, e me sento na cadeira da sacada, vigiando a curva do posto de gasolina, por onde tu deverias chegar na pressa de me encontrar e me jogar na cama pra gente se amar com aquela fome de anteontem que nos tornava insones, e fico ali te chamando, mas o teu silêncio grita tão alto nos meus ouvidos que penso que vou ensurdecer, finalmente, pra não ter mais que lidar com ausência da tua voz;

Depois que tu partiste, dei pra sentir um desassossego como há muito não sentia, um desejo que começa de mansinho até que se instala em mim com uma urgência tão aflita, que preciso te encontrar de qualquer jeito, e fico cá sem saber o que fazer com isso, que nem sei que nome tem, mas que não termina; que não é feito fome, que aplaco atacando a geladeira; é maior que a sede, que a água sacia, ou o calor, que um banho ameniza; e mesmo que eu conheça todos os movimentos e os caminhos do meu corpo, minha imaginação não me basta, porque é do teu corpo que preciso, é tua boca que quero na minha, é teu sexo que faz falta dentro do meu e sozinha não dou mais conta de enganar meus sentidos, porque eles sabem direitinho a diferença entre tua mão, e a minha;

Depois que tu partiste, dei pra sentir saudade daquilo que nunca tive mas sempre quis, e que a cada dia dói mais um pouco e não me deixa dormir, procurando pelo teu corpo que não conheci e desejando os beijos que não te dei, dentro desse querer que sufoquei com medo de me machucar mais uma vez, como se alguém pudesse se machucar mais do que machuquei a mim te mandando embora, antes mesmo de ter sido...

Depois que tu partiste, dei pra me sentir pedaços de mim mesma; uma mulher sofrida e sofrendo, perdida entre os dias de desfiar a palha dos sonhos nem tecidos, sem tino e sem prumo, nau desgarrada de um porto que se vislumbrava seguro e que, por distante, foi julgado impossível, lambendo suas próprias feridas na infinitude dessa tristeza que lateja, dia-a-dia, lembrando que foi minha culpa... minha culpa...

Depois que tu partiste dei pra sentir vazio outra vez dentro de mim.


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