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Artigos-->A HISTORIA DA VIÚVA ELEONOR -- 06/11/2023 - 21:53 (Renato Souza Ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A HISTÓRIA DA VIÚVA ELEONOR

 

Renato Ferraz

 

Em mesa de bar se fala sobre tudo. Alguns assuntos são sérios e outros não  

Dois amigos falavam sobre a viúva Eleonor.

Enviuvou muito jovem e ficou desesperada. Eleonor era uma mulher bonita e educada,

tinha o corpo de modelo e era bastante assediada.

Uma de suas lamentações era não ter sequer realizado o sonho de ter filhos.

Além de sentir falta do marido que era um homem romântico

A viúva acordava no meio da noite, atormentada, suada e com sufocação

Eram frequentes os pesadelos e delírios noturnos

Diziam os vizinhos que o marido morreu sem roupa em seus braços,

durante a madrugada em que o casal tinha seus momentos íntimos.

Os vizinhos mais curiosos se aventuravam a dizer que era habitual ouvirem sussurros,

gritos e gemidos, todas as noites. O casal viveu apenas 9 meses,

mas ficou famoso na pequena cidade pelo que se dizia; seja verdade ou não.

Porque nessa hora há as pessoas que ouvem algo, inventam e criam histórias,

onde projeta inclusive suas frustrações, suas vontades, seus desejos incontidos etc.

Eleonor resolveu procurar um rezador que lhe aconselhou fazer algumas penitências

para aliviar o seu sofrimento.

Enquanto isso, contrários ao que achavam um absurdo, os pretendentes a cortejarem a viúva,

sugeriam sair para dançar, para apreciar uma noitada, fazer uma farra

sem se preocupara com reza ou coisas sérias demais,

que a vida já tem muita. Convite não lhe faltava e todo tipo de proposta também

Mas ela queria muito era se casar, amar novamente e se possível ter alguém

que fosse carinhoso como seu ex-marido.

Ela só seria feliz se realizasse o desejo de ser mãe.

Além desses desencontros de ideais, a viúva tinha outro problema para enfrentar;

talvez esse fosse mais difícil até que os outros.

O marido todas as noites lhe visitava e dormia ao seu lado do jeito que morreu, sem roupas.

O defunto chegava na mesma hora que geralmente tinham seus momentos íntimos quando vivo

e só ia embora de manhã que era quando tudo terminava, como na realidade. 

A viúva vivia com bastante olheiras e estava envelhecendo rapidamente.

Vivia assustada, não sabia o que fazer. Passava parte da noite nessa peleja, acordada,

do lado um marido morto que nada podia fazer e ela ardendo de paixão, de medo e confusa.

Se arranjasse outra pessoa, como será que o defunto iria se comportar?

Era o pensamento que não lhe saía da mente...  

Um vizinho de olho na viúva sugeriu fazerem uma viagem

para ela relaxar e vê se o marido a esquecia de vez.

 

Outro viúvo a procurou e se apaixonou por ela, mandava-lhe flores todos os dias. 

Ela gostou dele, mas continuava confusa com a visita noturna do defunto

Se o morto já lhe aparecia com ela só, quando dormia, imagine os dois viúvos juntos, como seria...

Preferiu esperar um pouco mais até aquilo arrefecer.

Os dias se passavam e aumentava a carência de Eleonor

Uma mulher que se sentia injustiçada pelo amor

Ainda lhe sobrava u tempinho para sonhar com o seu próximo marido,

mas vinha o morto e atrapalhava seus planos.

Na cidade todos conheciam a sua história. Por onde ela passava, fazia uma cortina de fofocas.

Um ouvinte da história quis do outro saber

Se o defunto à época tinha o costume de beber.

É que seu patrão se interessou pela viúva e mandou obter mais informações sobre ela e seu marido morto.

Ele era um fazendeiro rico que nunca havia casado. Era um boêmio, namorador que deu em cima de Eleonor  

Tinha uma boa conversa e dominava bem o assunto quando se tratava de galanteio.

Aproximou-se da viúva e com boa prosa conseguiu conquistar seu coração.

Ganhou sua confiança, pediu para ela contar detalhadamente a história

da sua convivência com o marido e o que se passa atualmente.

Todo dia ia a sua casa e lhe levava um presente.

Soube da aparição noturna do marido morto e lhe prometeu com segurança que aquela perseguição iria se acabar

e que ela ficasse tranquila, pois se sua felicidade dependesse disso para viverem uma linda história de amor,

desde já se considerasse sua amada para sempre.

Na primeira noite que dormiram juntos, nem dormiram sequer, mas por outros motivos...

Realmente o morto não apareceu. Falam que ela ainda o viu algumas vezes, apenas abria a porta,

olhava para o casal deitado e desaparecia.

Foi uma noite de muita alegria e de realizações que Eleonor jamais esqueceu.

O que se sabe é apenas que o novo marido antes de se deitarem, todas as noites,

fazia um ritual no escuro e enchia um copo com um líquido, colocava atrás da porta do quarto.

A viúva estava surpresa e cada vez mais se apaixonava. Nasceu o primeiro filho e o amor do casal só aumentava.

Tiveram mais 7 filhos.

O morto raramente aparecia e quando vinha, abria a porta, olhava e ia embora.

O boêmio conseguiu se aquietar e se transformou na pessoa que a viúva sempre sonhou.

Eleonor se sentia feliz porque de novo conseguiu amar, tinha filhos e formavam uma grande família.

 

Confessionário, juizado, consultório, quartel; tudo acontece em mesa de bar

Para se ouvir boas histórias não há melhor lugar. Mente-se muito, inventa-se todo tipo de história,

pois ali ninguém é pobre e nem tem medo de assombração.

Devido à bebida que mexe com a cabeça e cria outros mundos com realidades diferentes das que se vive.

 

03/11/2023

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