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Contos-->A desconhecida -- 30/06/2003 - 21:53 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando eu a vi pela primeira vez senti um “sei lá”, sabe aquele lance que você não sabe definir o que é, mas sabe que sente, mexe com você e te tira um pouco dos trilhos, tem situações que acontecem na vida que por mais que você já tenha ouvido falar quando acontecem contigo são totalmente diferentes e assim foi comigo com essa história de primeira vista, não digo que foi paixão (isso eu já acho impossível) a primeira vista, mas foi atração a primeira vista com certeza.
Tudo começou na rua, assim do nada, eu estava voltando para casa do trabalho com a cabeça nos problemas não solucionados quando ela passou graciosa pela calçada contrária da minha, por um instante meus pensamentos emudeceram e minha atenção se voltou para ela, meus olhos registravam algo diferente, uma beleza incomum (embora devido à distância eu não pudesse definir muito bem seus traços), algo que me agradava à visão e começava a aguçar outros sentidos.
Mesmo daquela distancia e com os carros cruzando a rua, meu interesse por aquela desconhecida começava a tomar conta de mim, logo eu que nunca fui muito afeito a pessoas desconhecidas e meu interesse sempre foi estimulado pelo contato continuo com uma pessoa do sexo oposto, sempre começa com uma amizade e daí vai virando outras coisas.
Caminhando com ela em um lado oposto me vez pensar em mudar de calçada para ter uma visão melhor, estranhamente a minha atração fora despertada apenas pelo perfil da moça, quando parei no sinal para atravessar a rua percebi que ela faria o mesmo, então bolei um artifício para não ficar tão obvio meu interesse súbito (embora eu não soubesse se ela estava percebendo algo, não convêm ter uma atitude suspeita numa cidade grande, isso podia assustar a moça, ela podia pensar que eu era um tarado qualquer), me abaixei fingindo amarrar os sapatos e foi o tempo certo do sinal fechar e ela atravessar a rua, como estava com a cabeça abaixada não consegui vir seu rosto.
Agora caminhando na mesma direção e só alguns passos atrás pude perceber melhor as nuances da desconhecida, seu jeito de andar e a maneira dela mexer as ancas pra lá e pra cá, o terninho azul-bebê , as panturrilhas fortes e os sapatos de salto alto pretos (acho um fetiche irrestivel esse negócio de sapatos de salto alto).
Sabe aquela brisinha de final de tarde? Pois é, ela bateu e trouxe uma lasquinha do perfume da desconhecida, era bem suave, mas o suficiente para despertar um desejo, os cabelos eram castanhos da cor de chocolate (sempre fui louco por chocolate, o doce) e balançavam ao sabor de seus passos, ela tinha um charme natural e mexia os braços com leveza ao caminhar (tinha uma bolsa à tira colo um tanto quanto grande, o que indicava que ela era uma pessoa vaidosa).
Entrei numa viagem mental com aquela atração fugaz, um desejo de tocar aquela desconhecida quem sabe com carinho, quem sabe com avidez, me perder entre seus cabelos e me encontrar na maciez dos seus lábios, sussurrar nos seus ouvidos tudo aquilo que não posso dizer, mas tudo aquilo que ela adoraria ouvir, ela parecia tão ao meu alcance, tão perto e ao mesmo tempo tão distante e tão irreal.
Eu precisava ver o seus rosto de qualquer forma para completar o meu quadro mental da desconhecida (como os pintores quando pintam as suas musas) e apressei o meu passo para enfim mirar a face da moça.
Meu coração até deu uma disparada nesse momento de clímax, nada como saciar a curiosidade, nada como matar a vontade de algo mesmo que esse algo seja uma coisa tão passageira, fugaz ou momentânea.
Trocamos olhares (deve ter sido por uns dois segundos, mas foi o suficiente) e pude vislumbrar a beleza do seu rosto, bochechas grandes, lábios bem vermelhos, olhos negros, sobrancelhas finas, um rosto harmonioso, em harmonia com o meu desejo e em consonância com as minhas preferências de alguma forma (esse lance de preferências e um lance muito louco, nunca digo que gosto de uma pessoa assim ou assado, depende da pessoa, sei lá, tem mulheres que ficam bem de cabelos longos outras não, mulheres que tem pelos na nuca e são uma loucura e outras que são fofinhas e são uma gracinha e etc e tal).
Um sorriso bobo ficou no meu rosto, mas ela não poderia ver porque ficou atrás de mim, era uma pena eu ser tão tímido, podia me virar e puxar um papo qualquer, tentar uma aproximação quem sabe, mas naquele momento não consegui se quer olhar para trás.
Quando para minha surpresa ela passou por mim apressando o passo e deu uma olhadinha discreta (apesar de isso indicar uma coisa boa, poderia ser também que ela estava intrigada com um desconhecido reparando nela) não pude tirar os olhos do balançar das suas ancas, do esvoaçar de seus cabelos e da fragrância suave e macia que me entorpeceu os sentidos.
Infelizmente tomamos caminhos diferentes dali para frente( assim como surgiu do nada, desapareceu para sempre),mas nunca me esqueci da desconhecida que por alguns momentos foi a pessoa mais desejada por mim no mundo.

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