Dádiva (da Vida)
Lílian Maial
Nenhuma flor cultiva a si mesma,
já nasce bela, qual missão cumprida.
Não questiona a sina benfazeja,
se amada, desejada ou perseguida.
O tempo é um critério de beleza,
de tantas as verdades conhecidas,
jamais reduziria tal grandeza,
no sopro de frescor de cada lida.
Que homem algum se engane a seu respeito,
tão virgem nos mistérios de seu leito,
a crer que a amada sofre a dor do mundo.
A perda não é assim tão dolorida,
o sangue simboliza força e vida,
E escoa de seu ser em amor fecundo.
************
|