O Pioneiro esquecido
Octávio Caúmo Serrano (poeta e escritor paulista, radicado na cidade de João Pessoa-Pb, onde edita um valioso jornal, o Tribuna Literária, de circulação mensal, no qual divulga grandes valores da literatura paraibana)
Im dia, na Paraíba,
Produto da inspiração,
Um homem teve uma idéia:
criar uma Instituição.
Fundou uma Academia,
Na casa onde residia,
Na rua da Conceição.
Seu nome: Manoel dos Anjos.
O dia: 2 de janeiro.
O ano: quarenta e nove,
quando num gesto pioneiro
juntou moças e rapazes
e estabeleceu as bases
ao lado desses parceiros.
No Jornal "A União",
ele era um linotipista.
De tanto mexer com as letras
brincando de jornalista
espalhou bonitos versos
nos seus poemas dispersos,
com sua verve de artista.
Mas, como o povo já diz,
"O Brasil não tem memória".
Por isso "seu Manoel"
nao tem nome na história
nem na própria Academia
a sua fotografia
Faz jus à grande vitória.
Na ala que é dos Patronos
eu constatei esse fato:
existe mero rascunho,
um esboço sem ornato,
em vez de estar bem, à frente
Onde senta a presidente
no alto, um belo retrato!
Devia haver, logo abaixo,
Uma bem feita inscrição
Para que todos pudessem
receber a informação:
Fundador da Academia
Paraibana de Poesia
e a data da fundação.
Deveria haver, também
um painel com a biografia
falando do criador
dessa casa de poesia;
e assim, quem a visitasse
já de início se inteirasse
da história da Academia.
Ao terminar meu poema,
eu que nem sou menestrel
saúdo o vate dos Anjos
para ele tiro o chapéu
e digo que a Academia
Paraibana de Poesia
É obra do "seu Manoel"! |
