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Cronicas-->O grande problema nacional -- 20/01/2003 - 14:04 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O GRANDE PROBLEMA NACIONAL


Qual seria o grande problema brasileiro do momento? Entre tantos, gravíssimos, poderíamos citar a dengue, a miséria (sempre ela) ou a sucessão presidencial, com o teatro que lhe é peculiar; isso só para citar três. No entanto, o tema "da hora", pelos quatro cantos é outro, distinto: se Romário vai ou não ser convocado.
Quando De Gaule disse que o Brasil não era um país sério, arrancou da massa tupiniquim à fúria. Defensores levantaram-se contra o general jurando-o. Hoje, se o francês repetisse o dito, não encontraria tantos discordantes, a não ser os políticos, que se colocam como exemplos de seriedade. Vejam só! Dúvidas? Pois então como explicar que um povo passando por uma epidemia de dengue, uma corrida presidencial, criminalidade, aliada à corrupção fora de controle, educação capenga, desemprego lá em cima, etc., tenha como foco se Romário vai ou não ser convocado. Isso parece ser coisa séria?
O caso Romário passou a ser tratado como prioridade nacional, envolvendo até a autoridade máxima brasileira. Para agradar o povo, que morreria com a desclassificação na primeira fase (lembram-se os infartos da eliminatória?), e os meios de comunicação que transmitem futebol; deu-se ao luxo de intervir em tema tão secundário. Romário é aclamado em todo Brasil pelos bons serviços prestados À nação. Louva-se à sua indisciplina, o mulherio, a gastança diante dos holofotes, e é claro, alguns gols, que o fazem ídolo.
O povo brasileiro é um caso único. Somos de uma passividade preocupante. Não importa se falta comida, se a autoridade eleita para administrar "nosso dinheiro público" não o faz honestamente, se a polícia é corrupta, se a dengue mata as centenas; nada disso é relevante quando a seleção está mal. Esse jeito de ser foge a qualquer conceito lógico de organização social, quando comparados a outros povos; beiramos à irresponsabilidade. Seria primário que nossos esforços fossem para o combate das já citadas chagas sociais, mas secundamos esses assuntos, para nos engajarmos na luta pró Romário.
Temos muitos doutos que se posicionam positivamente ao nosso estilo, inclusive no exterior. Afirmam que o povo brasileiro é encantador, justamente por isso. Vejam como os europeus parecem todos iguais. A não ser pela língua, alemães, italianos, espanhóis, portugueses, russos..., confundem-se. Todos frios. Aliás, frio e guerras são desconhecidos por aqui. As grandes catástrofes sempre foram protagonizadas por alguns governantes, desde o império. Embora precisemos considerar as perdas das copas de 50 e 98, mais amarga a de 50. Fora isso, nosso clima é espetacular ( em se plantando tudo dá), raramente usamos blusa e os ventiladores vendem como água. Somos despretensiosos por demais, nada nos abala, exceto a seleção. Esquecemos com facilidade, até a ditadura militar caiu no ostracismo. Como seria nossa reação se por uma eventualidade um país qualquer resolvesse nos invadir pelas armas? É uma incógnita. Dizer que iríamos para o enfrentamento, seria falácia. Com certeza iríamos encontrar um "jeitinho" para que fosse para depois da copa e antes do carnaval. Nada que nos importunem. Invada-nos, jamais durante uma partida da seleção ou desfile das escolas de samba. Tudo menos isso!
Temos por aqui muita gente "chata" que não vê graça nenhuma em se gastar milhões do dinheiro público em futebol e carnaval. Essas "topeiras", acham que o Estado poderia direcionar estes recursos com saúde, segurança e educação; defendendo que quem quiser se divertir, que pague, já que os governantes dispõe os espaços. E mais, sugerem o "absurdo" de que precisaríamos trabalhar mais que seis horas por dia, amarmos a pátria, aprendermos o hino nacional, o hino da bandeira, à língua portuguesa; essas coisas. Esses malucos não devem ser brasileiros, mas somos.
Esqueçamos tudo, rapidinho, senão vai bater aquele ímpeto de responsabilidade. Esqueçamos, voltemos ao normal, vamos nos concentrar no grande problema nacional: a seleção brasileira, de preferência com Romário.
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