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Artigos-->O seqüestro no Brasil -- 29/05/2002 - 21:52 (Douglas Lara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Monday, March 11, 2002 3:08 PM

O seqüestro no Brasil

Douglas Lara



O seqüestro já era prática comum em muitos países europeus antes de se transportar para a América Latina, primeiramente na Argentina. Mas era quase desconhecido no Brasil. Na década de 60, tínhamos a ocorrência de quase um seqüestro por semana naquele país. O Brasil e o Uruguai eram, então, um oásis de tranqüilidade. As pessoas estavam ainda longe de cogitar de mudar do Brasil para outro país. A Argentina estava longe de ser um lugar atraente para se morar.



Os seqüestros surgiram na Argentina de modo profissional, e com o mesmo objetivo dos grupos italianos e europeus de um modo geral: obtenção de dinheiro para financiar a guerrilha política. Era a forma de os líderes guerrilheiros buscarem a realização de seus sonhos revolucionários.



O resgate do seqüestrado, a parte final, tinha a intermediação de bancos estrangeiros, tornando-se famosos alguns, como, por exemplo, o Banco de Boston. Por que bancos estrangeiros e americanos? Principalmente pelo fato de os executivos americanos, servindo em filiais no exterior, contarem com apoio de bancos e empresas prestadoras de serviços de segurança, assistência logística e seguro anti-seqüestro, além de carros blindados. Esses mecanismos de proteção fizeram diminuir acentuadamente o número de seqüestros na Argentina.



Qual o dano físico e psicológico, além do financeiro, provocado pelo seqüestro? A dor, em geral, é muito mais moral do que física, tornando, realmente, difícil o arbitramento de indenização, sabido que a moral, a honra e a dignidade não têm preço passível de avaliação material.



A linha divisória que marca a entrada dos seqüestros no Brasil foi há mais de 25 anos, com o excepcional seqüestro do diretor do Bradesco Francisco Beltran Martinez - cujo valor do resgate superou US$ 4 milhões - até hoje não completamente esclarecido, o que ocorre em muitos casos de seqüestros mais intelectuais. Naquela época, falava-se que um seqüestro de grandes proporções teria um custo de cerca de US$ 100 mil. Os seqüestros importantes que ocorreram desde então têm custo semelhante, como o da filha do empresário Silvio Santos.



A experiência de ser seqüestrado é deixar aterrorizado todo aquele obrigado a ficar num porta-malas de carro de passeio e mudar de veículo para despistar, durante a fuga. Como organizei vários cursos anti-seqüestro, quis ficar dentro de um porta-malas durante 30 minutos. É uma experiência que não recomendo.



A partir do seqüestro de Martinez, produtos de proteção material e de treinamento surgiram e continuam surgindo. Só que estamos todos sujeitos aos crimes intelectuais, dos mais simples aos mais preparados. Daí alguns mal-entendidos que normalmente ocorrem nos seqüestros de ricos e famosos: o bom senso deixa de existir devido à tensão e à responsabilidade daqueles que respondem pelos acontecimentos.



http://globonews.globo.com/Parabolica/0,6993,QY373135-1204,00.html



(Artigo publicado no site Parabólica - GloboNews)

[em 11/03/02 - às 14h03m permanecendo até 11/04/02]



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