O POETA E A DOR
A dor que alimenta o poeta
É a ilusão da vida,
A solidão da madrugada,
A desilusão do amor.
O poeta sobrevive à dor.
É, pois, o ser que dela se alimenta!
Queima-lhe o peito,
Sobe-lhe à fronte.
No intangível de sua querença,
Faz o poeta, da palavra a sina.;
De viver a dor,
De culpar o amor.
Esta noite que lhe assombra o consciente,
Cega-lhe os sentidos do senso.
Prisioneiro da vida e da dor,
Alivia-se na escrita que sente.
Dor de poeta é a lágrima,
O choro, a alegria e o riso.
Dor de poeta é sentir o ver,
É observar o sentir, e perder o piso.
Dói o poetar,
Dói ao poetar,
O poeta sofre a dor
De não saber amar.
Por: Edson Campolina
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