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Artigos-->Instalação de brinquedos na praça é comentada -- 29/07/2023 - 19:31 (LUIZ ROBERTO TURATTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

PATRIMÔNIO PÚBLICO

Instalação de brinquedos na praça é comentada

Festival do Café & Chocolate gera questionamentos e avaliações importantes para os próximos eventos

Tombada pelo Comphac (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural) de Araras, a Praça Barão, onde ocorrem três dias do Festival Café & Chocolate, está situada dentro da área de preservação da Casa da Cultura Emílio Silvestre Wolff (tombada pelo Comphac e Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e também entre outros patrimônios tombados pelo Comphac.

No último final de semana recebeu atrações culturais, gastronômicas e de entretenimento do Festival, quando mais de 53 mil pessoas circularam por ela, conforme divulgado pela Prefeitura. O evento beneficente faz parte do calendário turístico da cidade.

Ocorre que alguns questionamentos foram levantados por munícipes e visitantes de outras localidades que julgam o espaço inapropriado para eventos deste porte, principalmente devido a estruturas montadas na parte posterior à Basílica Nossa Senhora do Patrocínio.

O professor da Esalq, engenheiro agrônomo Flávio Gandara, por exemplo, destacou: “desde que conheci Araras há mais de 20 anos, fiquei admirado com os encantos desta cidade. Dentre os pontos que mais me encantaram estão o centro da cidade com seus prédios históricos, sua linda praça e calçamento em pedras.

Poucas são as cidades do interior de São Paulo que ainda possuem esta beleza histórica. O destaque desta área é, com certeza, a praça Barão de Araras com seus amplos e belos jardins e arborização rara e edifícios de grande importância arquitetônica. Tanto que, vários pontos são tombados em nível municipal e/ou estadual como a Casa da Cultura, a Basílica Nossa Senhora do Patrocínio, a Casa da Memória Pedro Pessotto Filho, a EE Inácio Zurita Júnior, o Casarão na esquina da praça com a rua Senador Lacerda Franco, a Casa Rosada (ao lado da Casa da Memória), o busto do Monsenhor Quércia, além da própria praça Barão de Araras.

No entanto, tenho visto e presenciado um constante e crescente descaso na manutenção e utilização da praça e suas estruturas. Os jardins carecem de maiores cuidados e a região tem sido utilizada para eventos, a meu ver, totalmente inapropriados para o local. Estes eventos causam uma séria deterioração das áreas verdes e dos próprios monumentos e edifícios, notável em diversos pontos.

Sou piracicabano e presenciei algo semelhante acontecido em minha cidade. A praça central de Piracicaba outrora possuía uma beleza ímpar, mas após seguidas gestões municipais que descuidaram do local e deram permissão de uso a propósitos não adequados (como barracas de lanches e ambulantes), a situação tornou-se muito degradante. Atualmente as pessoas evitam o local que é feio, sujo e poluído visualmente, causando o fechamento de diversas lojas, bares e restaurantes ao seu redor.

Sinceramente, espero que este processo não aconteça na praça Barão de Araras, mas atualmente, o que vejo é o destino desta praça caminhar para o mesmo rumo da praça José Bonifácio, em Piracicaba...”.

A designer de interiores Marina Le Voci argumentou: “foi lamentável a colocação de um verdadeiro parque de diversões em plena praça Barão de Araras, durante a linda festa Café & Chocolate. Além de ser prejudicial para as entidades que participam deste importante evento, também prejudica a grama, que já vem sofrendo com a falta de chuva. Por outro lado, as calçadinhas, que não foram feitas para suportar tanto peso, acabam sendo destruídas. Esperamos que o órgão responsável em nossa Prefeitura tome as devidas providências para o próximo evento”.

A professora universitária aposentada Márcia Russo declarou: “particularmente não concordo com as festas que o município promove nas nossas praças públicas por uma série de razões. A primeira delas é que temos um parque ecológico com estrutura para tal. E as demais seriam todos os estragos que advêm dessa atividade, infelizmente.

Qual não é a minha surpresa este ano ao me deparar com um verdadeiro parque de diversões em plena praça da nossa Basílica.

Ruas são desrespeitadas!

Gramados são sacrificados, não só para suportarem os brinquedos, mas pelos pés de quem vai ali se divertir.

Aonde está o sentido de cidadania? De preservação do bem público, se o próprio poder público favorece esse absurdo?!

Agora me pergunto como ficam as mães que procuram ensinar o correto aos seus filhos, se os mesmos observam essa situação.

Pobre Araras! Para aonde querem levar essa cidade outrora encantamento?”.

Lili Mazon Fleury, promotora de eventos, comentou: “indignada, assustada e com medo. O que falta mais fazerem para acabar com a nossa praça? Já não bastam os pontos de ônibus, feios e impróprios para o local, agora temos um parque de diversões montado e muitas vezes sobre a grama? Será que não temos outro local para estas festas populares? Será que não podemos preservar nossa praça, que além de bonita é nosso patrimônio histórico e nosso cartão de visitas?”.

Gustavo Westin, funcionário da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp, ressaltou: “sou de São Paulo e frequento Araras, cidade que meus avós vivem, desde pequeno. Esses últimos dias, pude verificar a montagem de equipamentos de lazer e uma feira beneficente na praça central, Barão de Araras.

Acredito que de forma geral o evento é bem-vindo e traz atrações interessantes para a cidade, além do importante caráter social. No entanto, as instalações infantis me trouxeram um grande incômodo. A praça não é um local adequado para a montagem dos equipamentos, que, além de trazerem uma diversão muito pobre e pouco construtiva, com eventos como tiro ao alvo ou uma minirroda gigante, têm ainda uma disposição caótica e mal organizada, ocupando espaços de passagem em locais visivelmente não dimensionados corretamente para o uso proposto. Impressiona-me que exista autorização das autoridades para tal funcionamento.

Além dos impactos óbvios para pessoas com dificuldade de mobilidade, é tudo de muito mau gosto. Não há palavra mais sutil que se possa empregar, infelizmente. Não me oponho a atividades de cunho infantil, mas há uma série de alternativas viáveis, como as práticas em feiras Brasil afora, com brincadeiras educativas, oficinas, inclusive que se relacionem com o tema da feira, no caso café e chocolate. Já pensou quantas brincadeiras lúdicas seria possível fazer com esse tema? Escrevo isso com a expectativa que reconsiderem essa prática para futuros eventos”.

Por sua vez, a artista plástica Lia Pastorello expôs: “as praças centrais de Araras, que tanto nos orgulham pela sua beleza e pela preservação do seu patrimônio histórico, vêm sendo destruídas nos últimos anos, tanto pelos pontos de ônibus inadequados, quanto pelos carrinhos de lanche que poluem visualmente o conjunto das construções tombadas pelo patrimônio histórico e cultural da cidade!

Fico entristecida ainda mais ao ver agora nossa principal praça servir de parque de diversões, inadequado para o local com seu gramado e calçadas, assim como os paralelepípedos sendo tomados por brinquedos de plástico e barracas de comida e bebida.

Essa atitude demonstra o descaso com o patrimônio histórico e cultural da nossa cidade. Se Araras quer ser município turístico, deveria começar preservando o pouco que ainda resta”.

Fonte: OPINIÃO JORNAL/Cidade, Araras, SP, sábado, 29/07/2023, página 3.

 


 

“Fora da VERDADE não há CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”

LUIZ ROBERTO TURATTI

(https://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=TURATTI).

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