Busquei Deus todas as vezes que o desespero bateu na minha porta,
e Ele estava lá,
de braços abertos esperando o filho pródigo que voltava derrotado.
Falei dos meus desencantos e da minha agonia, e Ele ouviu em silêncio como quem ouve uma canção melodiosa.
E todos os dias eu repetia a mesma coisa,
E esperava em vão uma resposta.
Desesperado, blasfemei falando duramente com Ele.
- Não quero um Deus que apenas ouve, queria que falasse comigo e com suas próprias mãos enxugasse minhas lágrimas.
Ele não respondeu.
Pensei estar louco conversando com o silêncio e falando para o vazio.
Saí andando sem rumo, nem sei se estava enxergando, então tropecei e caí e na minha queda fui amparado por um velho mendigo que me ajudou a levantar.
Não me lembro de ter agradecido e saí batendo a poeira e enxugando o suor ou a lagrima de um dia insuportavelmente quente.
E uma criança me ofereceu o seu picolé.
Desta vez não saí de cara fechada, sorri e agradeci e afaguei o cabelo da inocência.
Olhei par o céu e encarei a luz do sol de frente e uma brisa acariciou o meu rosto.
E percebi.
Que Ele estava ao meu lado o tempo todo.
Que tudo tem sua hora e seu tempo, preciso saber esperar e me preparar,
para ver e entender o milagre
que acontece todos os dias
na vida de quem acredita em Deus.