Em busca da perfeição,
Nos perdemos no caminho.;
Agora dizemos não,
Sem afeto e sem carinho.
Rolamos pela ladeira,
Despenhamos pelo abismo,
Chapiscamos na fogueira:
Era mui grande o egoísmo.
Agora, bem mais sereno,
Estudamos com afinco,
O coração está pleno,
E noss’alma está um brinco.
Quisera poder, um dia,
Vir dizer tudo o que penso,
Mas em forma de poesia,
Que harmonia eu não dispenso.
Mas tudo é muito difícil
De aqui deixar consignado:
Ao disparar o seu míssil,
Ninguém sabe o resultado.
Nestas quadras que hoje faço,
Demonstro capacidade,
Mas são duras que nem aço:
Não se foge da verdade!
Desta forma, vou levando,
Muito sério, o treinamento.;
Preocupado, porém, ando,
Por não ter um novo alento.
São crises de identidade,
São juras de amor perdidas.;
Em busca de santidade,
Vi muitas vidas falidas.
Nossos versos dizem tudo:
Na forma e no conteúdo,
Não conseguimos mentir.
São méritos bem pequenos,
São “castigos” muito amenos,
P ra grandeza do porvir.
Se temos necessidade
De aprender a caridade,
Agir é o melhor remédio.;
Tomemos todo cuidado,
Ninguém deixemos de lado,
Nem demos trelas ao tédio.
Todo esforço é compensado,
Se tivermos o cuidado
De fazê-lo com amor.;
Os displicentes não vão
Ver progredir a razão,
Em caráter superior.
Os amigos das esferas
Que viveram em outras eras,
Neste mundo de terrores,
Só conseguiram subir,
Ao entender que o porvir
Dependia dessas dores.
Foi, então, muito mais fácil
Tornar a Terra mais grácil,
Ao darem cores à aurora.;
Os que por aqui ficaram
Foi porque jamais mudaram
O seu proceder de agora.
Nós mesmos, que aqui estamos,
Muitas vezes, lastimamos
A sorte das nossas vidas,
Sem compreender, claramente,
Que é sempre deste presente
Que as coisas são envolvidas.
Imaginando o futuro
Algo logo atrás do muro,
Indefinido e incerto,
Correremos forte risco
De ficar fora do aprisco,
Pensando estar muito perto.
Analisemos a vida,
Com nossa mente envolvida
Na Doutrina de Kardec.;
Dessa forma, saberemos
Que com amor venceremos,
Antes que o pranto nos seque.
Se quiser parar agora,
Não se acanhe nesta hora:
Não sofreremos desgosto.
Voltaremos novamente,
Ao sossegar sua mente,
Para honra de seu posto.
Este dia está bem fraco,
A deixar estupefato
Nosso guia aqui presente.
Sempre que queremos mais,
Não conseguimos jamais
Estimular o escrevente.
Fica ele tão sem jeito,
Arfando forte seu peito,
Na ânsia de mais poesia,
Pois pensa, com seus botões,
Que causou hesitações
Fatais para a melodia.
Não foi isso que se deu:
É que o tema não valeu
Como fonte de poesia.
Nem tudo que contém rima,
Como as estrofes acima,
A alma nos extasia.
Nem tudo é prosa rimada,
Nesta forma de charada
Que esta turma preparou.
Mas o pouco de emoção
Que veio do coração
Pelo ar se dissipou.
Vemos que agora, no fim,
Se deu, tintim por tintim,
Todos os passos do treino,
Faltando só confirmar
Que está na hora de orar,
P ra Deus nos dar o seu reino.
Alegre-se, meu amigo,
Não se zangue mais comigo
Por uma razão à-toa:
Se agora o mal prevalece,
Amanhã noss alma esquece
E o sofrimento destoa.
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