sempre quis ser quem sou
com todas as marcas desses quarenta e poucos.
mas nesta noite de lual e fogueira,
ah, se eu tivesse vinte, trinta que fosse,
não precisava escapar dos seus olhos compridos,
nem ficar vermelha a cada minuto,
que você dá na vista demais.
se tivesse vinte ou trinta
você acha que recusava seu colo,
que me fingia de morta,
lhe tratava feito filho, sobrinho?
ah, me larga, que tenho quarentas
e se ando querendo me espoletar,
também não vai ser com esse exagero,
que doida assim não fiquei,
por mais que me tente.
dureza, esta noite,
mas estou aqui, refeita.
ufa.
será que na próxima,
escapo de novo?
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