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Poesias-->17. AOS CRIMINOSOS -- 20/12/2003 - 08:59 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu não quero aborrecer

O meu amigo escrevente:

Só cumpro com meu dever

De torná-lo eficiente.



Sinto muito, caro irmão,

Se nos versos sou um fraco:

Entrego meu coração

Deste modo bem pacato.



Riscarei do nosso mapa

A cidade de Amargor.

Vestiremos nós a capa

Tecida de grande amor.



Vamos assim bem aos poucos

Começando nossos versos:

De poetas e de loucos,

Não somos os mais perversos.



Já fizemos continência

Às rimas mais costumeiras:

É só questão de obediência,

Nestas estrofes primeiras.



Terminado o artifício

P ra eliminar as pressões,

Vai começar o bulício

Destas nossas eleições.



Se tivermos boa sorte

Em acertar com o norte

Desta versificação,

Iremos dar um recado

Que não vai pô-lo de lado

Na mais grandiosa emoção.



Temos tido muita sorte,

Ao liberarmos da morte

Vários companheiros nossos:

Exercemos o ofício

De sufocar todo vício,

Ao assinar os endossos.



Mas se tivermos a sina

De acompanhar quem se inclina

Por males não endossáveis,

Vamos sofrer o desgosto

De contemplar, deste posto,

Os gozos mais miseráveis.



São feros os inimigos

Que retiram dos abrigos

Quem se deixou dominar.

Nossa ação é quase nula

Junto ao coitado que pula

Dos crimes em pleno mar.



Se fracassarmos, porém,

Não vamos ficar também

Desiludidos da vida.

Haverá sempre um recurso:

Nossa nau segue outro curso,

Nenhuma prece é perdida.



Quem pratica certos crimes

Pretende jogar nos times

Que se dão por vencedores.

Se dão tiros de escopetas,

Jogam corpos nas valetas,

O que são? São perdedores.



Mas desse jeito não pensam,

Julgando que sempre vençam

Os pruridos da consciência.

Chega, um dia, a sua vez

De comprovar a avidez

De alguém com mais eficiência.



São remetidos p ra cá,

Nesse toma-lá-dá-cá

Da lei de causa e efeito.

Vão, então, desesperados,

Sentir os golpes danados

Que lhes atingem o peito.



Nesse caso, a nossa ajuda

Mantém-se quieta — caluda —

Sem poder manifestar-se.

Ficamos de mão atada,

Não podendo fazer nada,

Uma prece a elevar-se.



Por desregrarem-se, um dia,

Não compreenderam a via

Da plena felicidade.

Vão botar culpa no mundo,

Sem perceber que, no fundo,

Agem com perversidade.



Os socorristas, coitados,

Pranteiam, amargurados,

Os amigos que desandam,

Mas mantêm a confiança

De lhes deixar na lembrança

Preces que as dores abrandam.



Eis que nem tudo são flores,

Nem tudo reluz nas cores

De feliz empreendimento.

A vida do socorrista

Tem muita coisa imprevista:

É preciso estar atento.



Dessa forma, vigiar

É virtude a se arraigar

Bem no fundo de noss’alma.

Tudo tem seu fundamento,

Seja o mais atroz tormento,

Seja a mais tranqüila calma.



Se temos necessidade

De recorrer à bondade

De sereno preceptor,

Tenhamos viva a lembrança

Que nenhum guia se cansa

De ofertar o seu amor.



Se houver arrependimento,

Por maior seja o tormento,

Sempre haverá esperança.

O triste é quando a injustiça

A revolta nos atiça

A perder a confiança.



Aí a coisa preteja,

Impedindo que se veja

Onde está a salvação.

Tudo fica bem ruim,

O amargor não tem mais fim,

Obscurece a razão.



Queremos pedir à gente,

Mais ainda ao escrevente,

Que nos perdoem a poesia.

Não há, porém, ver p ra crer,

Em matéria de sofrer,

Não caçoe: — “Quem diria...”



Acredite firmemente,

Procure ser excelente

No cumprimento da lei.;

Conserve a alma de herói,

Exclamando, como sói:

— “Com Jesus, eu vencerei!”



Nesse caso, os nossos guias

Vão entoar melodias,

A louvar os seus pupilos,

Pois sentem, no coração,

Que vão poder dar a mão

Em passamentos tranqüilos.



Foi assim que nós chegamos,

Contudo, recomendamos

Que não se tenha ilusão:

Nossa luta é permanente

E a vitória é conseqüente

De contínua aplicação.



— “Não precisa agradecer” —,

Acaba de nos dizer

O queridíssimo irmão.

Foi nosso todo o prazer

De ter vindo aqui trazer

Poemas do coração.



Se as palavras mostram falhas,

Também as pobres mortalhas

Têm na morte uma função.

Se são tristes as figuras,

Só criaturas mais puras

Atingem a perfeição.



Contente-se, pois, conosco,

Mesmo que seja mui tosco

O verso que aqui fizemos.;

Mas pratique a caridade

E sinta toda a verdade

Dos exemplos que lhe demos.



Aproveite o treinamento:

Está mais perto o momento,

A cada dia que passa,

De obter os contributos

De poetas mais astutos

Em trabalhar a argamassa.



O mais que vamos dizer

Refletirá o dever

De nossa prece final:

— Senhor de misericórdia,

Estabelece a concórdia

E afasta de nós o mal.



Abençoa a nossa gente

E nosso caro escrevente,

Que nos serve com amor.

Dá-nos a clarividência

De colocar na consciência

Que também temos valor.



Sendo assim, os nossos versos

Deixarão de ser perversos

E fluirão elegantes.;

E conterão os ensinos,

Exaltando, como hinos,

As virtudes importantes.



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