pela minha experiência pessoal, mais de 15 anos, divulgando e
oferecendo meus livros em Escolas, Faculdades, Universidades,
bares, feiras etc... Acho que existe principalmente por parte da
juventude um grande interesse, não só pela leitura mas pelo novo, e
o novo é tudo, posto que temos um conceito de liberdade. neste
sentido,sou contrario ao processo de adoção de livro de literatura
para realização de estudos obrigatórios, o que ao meu ver, acabam
afastando o leitor do livro, distanciando-o do prazer que é ler por
gostar e interesse. É preciso que nós escritores , professores e
interessado em mudanças de modo geral, façamos um trabalho de
garinpagem, devemos buscar os leitores como quem busca a mais
preciosa das pepitas, pois são eles o objetomaior de nosso labor.
Este trabalho deve ser feito não somente nas Escolas, mas em todos
os segmentos organizados da sociedade. Ao governo, cabe primeiro
dar as nescessárias condições ao povo no que tange aos salários,
habtação,saúde e educação, cultura. Por aí passam também o
aparelhamento e construção de Bibliotecas públicas, recuperação
dos acervos existentes, projetos que chegam ao povo e, uma política
séria que crie condições para que o escritor publique livros, não só
os de literatura; a preços que as pessoas possam ter acesso. As
entidades culturais, por sua vez, têm o dever de cobrar do governo
uma posição séria a este respeito, em prol da valorização do escritor,
artista e da cultura nacional, regional e local. Há uma máxima no
mercado editorial brasileiro que está sendo derrubado paulatinamente,
e com justa razão. É aquele que diz que poesia, no Brasil, não vende
e por isso deve ser editado com muito critério e cuidado, principalmente
quando se trata de autor nacional ou pouco conhecido. Só que a
situação não é bem essa. Prova disso é a quantidade de publicações
especializadas em poesia que tem chegado à s livrarias nos últimos
tempos. Há uma proliferação de livros de poemas.- Há, então, algo
errado na tal máxima colocada acima ? Claro que há . Na verdade,
poesia vende, sim, só que em doses homeopáticas, mas constantemente.
É diferente de um best-seller como Paulo Coelho ou Sidney Sheldon,
por exemplo, que vêem seus livros serem comprados em doses industriais.
Editar poesia no Brasil, requer um certo exercicio de paciência, mas
um tiro certo. E alguns editores estão se dando conta disso. Estamos
vivendo um momento muito bom na poesia brasileira, com muitos
autores novos surgindo e editores dispostos a apostar nesses talentos.
O curioso nessa história toda é que as editoras que têm investido em poesia
não são aquelas já conceituadas no mercado e, por isso mesmo,
com cacife; mas sim empresas ainda procurando seu lugar. O
retorno financeiro pode não ser o desejado pelo ímediatismo da
económia brasileira; mas em torno de respeito, essas editoras
já estão pavimentando bem o seu caminho. Uma edição bem-cuidada
realmente ímporta no trabalho, mas sabe-se uito bem que um livro
de autor pouco conhecido começa a atrair o leitor por sua apresentação.
E, nesse caso, não há como negar que uma parte do caminho já está.
percorrido. Some-se a isso o bom trabalho poético dos autores.
" Hoje sou meio tempo meio marca./ Hoje sou um rosto metade
de espera ". Diz Cacá Moreira de Souza, que usa vertentes modernistas
em seu trabalho. São livros assim que provam que vale a pena
investir em poesia. O espaço está aberto,- talvez como não estivesse
há muito tempo, é preciso atinar para isso. É certo que dificilmente
um poeta se tornará campeão de vendagens em pouco tempo no
Brasil e, mesmo no exterior. Mas são os poetas- os bons poetas,
que dão o atestado de qualidade, não se deve perder esse fato de
vista. Afinal, com afirmou certa vez Ezra Pound, o poeta " é a antena
da raça ".E essa antena não pode ser desplugado ou esquecido,
nunca.
-José Angelo Cardoso.- Poeta, contista, artista plástico.
Presidente-fundador da Academia Guairense de Letras.
São José do Albertópolis.- Guaira.-SP. |