Certa vez acordei
E tudo havia passado.
O monstro estava morto,
Caído no chão, frio, torto,
Fora para sempre
Do meu inconsciente.
Levantei da cama,
Lavei o rosto
Me encarei no espelho
Me vi mais moço, bonito,
De coração limpo.
Desapareceram as rugas
Da amargura
Ao abrir as cortinas o sol
Invadiu o ambiente
E a luz era boa
De sentir na pele.
De repente fiquei rindo à toa,
Estava leve e podia voar
Flutuava no ar
Como se recomeçasse a vida,
A vida perseguida
Era asa agora
Nas minhas costas
Atravessei a janela
Como um pássaro brincalhão
Dei piruetas no ar,
O presente, então,
Passou a ser maravilhoso
E o futuro
Impressionantemente possível.
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