Não quero ser anulado pelo pensamento cartesiano,
Mas sim emergir da gargalhada caótica
mergulhar no oceano nada pacífico da minha alma
Lavada com suor de carnaval em vez de calma
Tocar os sinos, aumentar o volume
Dos nossos gritos
Me fantasiar de loucura, não quero a cura
Pois desobedeço
Correr pela rua à minha procura
Onde desapareço
Sem me achar por aí, desconectado
Livre, desalmado, mas com apreço
Pipa voada
Balão ao vento
Avião sem piloto
Astronauta sem o umbilical da nave
Para sempre ave
Sem o formato de pássaro
Corpo feérico, poesia desmetrificada
Rima solta, sobrevivente da folha, descopulada
Quero pensar como o idiota pensa que pensa
Ser o riso da anedota
A oitava nota musical
E o elo
Entre os mundos paralelos
Ser a pancada sem martelo
Efeito sem causa
Pensamento pensado fora do corpo de gente
Água corrente
A jorrar pelas paredes do incoerente
Andança sem pernas
Pegadas pelo caminho
A embriagues do vinho da Santa Ceia
Presidente da República do caos pirado
Carnavalesco do universo
Inverso, de trás para frente, do lado avesso,
De cima para a diagonal,
Bússola doidona, rabisco de eletrocardiograma
Cosquinha contagiosa em recinto fechado
E virar epidemia, mania
Para te pegar distraído
Paulada na cabeça, teoria ilógica,
Texto estapafúrdio
E fundir a sua cuca de cabeça oca.
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