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Poesias-->O Caçador -- 17/12/2003 - 13:28 (Ricardo França de Gusmão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caçar palavras é o ofício do poeta.

Ele faz isso sem espingarda, mas com astúcia.

Se o bicho-palavra é atingido, na certa,

haverá carne de poesia na mesa farta.

Espreita o caçador a palavra exata, de pelúcia,

silenciosamente, para não espantar a caça.

Desse alimento depende uma tribo inteira.

Roncam as barrigas com fome de espírito

enquanto os seres da imaginação

batem com varetas nas madeiras.

Para caçar as palavras mais raras, sensacionais,

o poeta usa a armadilha da estilística.

A técnica abusa da engenharia metrificada.

Os versos abatidos têm vitaminas poderosas

e perfumam o ar com o cheiro doce das rosas.

Não há dor entre o caçador e a caça.

Não há rancor no bicho-palavra, no que fica,

de sua carcaça.

Tudo é alimento, proteína e transformação.

Não haverá cabeça como troféu, pendurada na parede.

Não haverá pele estirada na sala como tapete.

O bicho-palavra ficará vivo, domesticado,

encadernado mas livre, no ventre de um livro,

liberto da prisão cruel do dicionário.







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